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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Coutada dos Arrochais

As minhas queridas e maravilhosas mãos deveriam tolher-se para não escrever o que vou escrever, mas a mente é sempre mais forte e, por isso, aqui vai: adoro o branco coutado dos arrochais, vinho alentejano (zumba, vou chicotear-me). Ofereceram-me um branco e um tinto sempre numa tentativa de eu verificar com as minhas sensíveis mas brilhantes papilas gustativas que o Alentejo tem bons, excelentes, vinhos. E como sou, acima de tudo, uma apreciadora de tintos, meti o branco no frigorífico sem grandes entusiasmos e guardei o tinto para um jantar mais elaborado. E então, foi numa dessas tardes de sol de Inverno, quando a minha varanda virada a sul parecia torrar, que abri o branquinho para acompanhar uns enchidos grelhados, uns presuntos e um marisco. Sim, que eu sou moça de alimento. O vinho estava, como se deseja, muito fresco e assim que chegou ao palato, senti-me a arrefecer e a ficar como que apenas sóbria para sentir os sabores que invadiam a minha boca. Tudo começa com uns sabores a citrinos e depois é doce. E eu adoro vinhos brancos doces. É completo, muito e pouco seco, mais uma vez, bem ao meu gosto. Parece-me, pela capacidade que senti no fim de fazer o triplo mortal, que bebi a garrafa sozinha. É forte. Pujante e aquilo que me ficou na boca, foi a frescura de um vinho que dificilmente se esquece. Surpreendeu-me e tive vontade de ter logo outra no frigorífico para continuar a tarde prazenteira. Ficou a vontade do tinto que bebi ontem. E pronto, é bom, mas não me elevou como o branco. E não venham com merdas do género: ai e tal depende do que se come, ai e tal depende do estado de espírito, ai e tal um dia destes podes beber e não gostar tanto, o Coutada dos Arrochais branco, se estiver fresquinho vai bem até com um velório. Acreditem!

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