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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Garrafeira do Comendador


No meu aniversário, há meia dúzia de dias, recebi esta linda prendinha. O diminutivo não é de forma alguma a minorar o quanto gostei dela, é apenas um mimo, um miminho. Não posso falar do vinho porque não o bebi. Cheira-me a bom, muito bom, ou como diz uma amiga trasmontana que tem tendência para simplificar tudo: uma tusa. Certamente será e quando o beber, aqui virei dar conta se gostei o não. Se vale a pena ou não. Se nos eleva a alma ou não. Se fica na memória ou não. Na verdade, quando bebemos um bom vinho queremos que ele perdure para além do copo vazio. Gosto de me lembrar de vinhos que bebi há anos, num determinado sitio. Foram inesquecíveis. Seria demasiado fugaz se assim não fosse. Será demasiado fugaz se assim não for. O que quero falar-vos é da estética da garrafa. Ela é de uma simplicidade e elegância que marcam. Assim que a vi a primeira coisa que disse foi: esta pequena tem ar de cara. E sim, foi certamente, mas eu mereço e por isso, passemos à frente. Depois, fui ao site da adega mayor, um projecto do senhor Nabeiro que nasceu em Campo Maior. Aquele homem percebe de negócios, sejam eles café, azeitinho ou vinho. E depois, naquele Alentejo quase a fugir de Portugal terá os melhores dos melhores a trabalhar com ele e nada deixa ao acaso. Vejam a estética e vejam a comunicação. Dêem uma espreitadela ao site da Adega Mayor: profissionalíssimo, atraente e prático. E chegam ao cuidado de sugerirem receitas para cada vinho deles. Uma loucura. Fiquei por lá a navegar como se de um site de roupinha linda se tratasse. É puro marketing, mas do bom.
A descrição do vinho é a seguinte: «de cor granada intensa, tem um aroma profundo a lembrar compotas de frutos negros, especiarias e notas balsâmicas», mas como acho que a linguagem que descreve os vinhos é sempre a mesma e nem sempre corresponde àquilo que eu acho, assim que meter este belo néctar na minha boquinha, farei a minha, pessoal e intransmissível, opinião e discrição. Agora só me falta definir em que momento, em que dia, em que situação deverei abrir esta garrafa? Num dia bom, para festejar, ou mau para me elevar?

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