Vim de almoçar. Ao lado da minha mesa, um casal trocava juras eternas: “Amas-me?” Perguntava ela, com um tom meloso. “Amo”, respondia ele ainda a mastigar um pedaço de vitela. Ela, não satisfeita, voltava à carga “Mas amas-me muito?”. Ele, sempre sereno e nunca interrompendo a sua refeição, respondeu “Muito, muito”. E aí ela deu o toque final “Vais amar-me para sempre?”. Aqui, ele, com um olho na televisão, respondeu prontamente “sim, amar-te-ei para sempre”. Lembrei-me de algo que Luciana Littizzetto escreveu em tempos:
“ Amar-te-ei com intermitências. Como fazem todos os casais do mundo. Uns dias, mais, outros dias, menos. E, algumas vezes, chegarei mesmo a odiar-te. Nunca será um amor insistente como a chuva que faz sair as lesmas. Mas será um amor verdadeiro. E se, apesar de tudo, queres que te diga que te amarei para sempre, eu digo. Porque te amo. Mas não para sempre”.
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