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terça-feira, 12 de abril de 2011

Pois é mãe, sou assim!

Chego a casa, dou mimo à minha filha, dou-lhe banho e a seguir a papa e depois deito-a. Quando a deito mando-me para o sofá uma boa meia hora ler ou simplesmente para fazer nada. mesmo que sejam horas de fazer o jantar, ou arrumar o que quer que seja, mando-me sempre para o sofá. Acho que tudo o que precisa que eu faça pode bem esperar aquela meia hora que não dispenso. Seja eu a fazer o jantar ou não, afundo-me no sofá; há roupa para arrumar, pois, temos pena, o sofá é meu; tenho máquina para estender, pois sim, mais daqui a pouco. É assim sempre. Fico ali num momento muito meu, onde descanso do dia. Antes de ter a minha filha fazia isto assim que chegava  a casa, ou seja, fazia a horas que não eram as do jantar, mas agora faço-o quando a deito. Depois levanto-me e faço o que tenho a fazer com um animo e alegria antes perdidas.
Minha mãe ligou-me e ficou escandalizada quando lhe disse que nada estava a fazer e desabafou:
 - Oh filha, metade dos homens deste país nunca te teriam como mulher!
E eu vou mais longe: 99,9% não gostariam de me ter como mulher: sou desbocada, refilona, tenho o meu ritmo, meu orgulho, mas a verdade é que eu também não gostaria de ser mulher de 99,9% dos homens deste país. Apenas uma minoria me parece interessante e dessa minoria houve um que gosta de mim assim: refastelada no sofá enquanto as horas para fazer o jantar passam e acabamos, muitas vezes, a comer algo rápido e pouco elaborado.
Sempre gostei de quem nunca me quis mudar.

3 comentários:

  1. Estudo da OCDE: Portugal é dos países onde as mulheres mais trabalham em casa. Claro que há sempre excepções.

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  2. A sua mãezinha é uma pessoa avisada. A senhora gosta de quem a não quer mudar.E há um que gosta de si assim.Que sorte!Proteja-o.Preserve-o.Não deixe que ele mude de opinião.Faça-lhe as vontades todas.Olhe que isso já é raro de encontrar.E não conte às sua amigas.Há muita inveja e muita mulher depredadora.

    Solitária do Fundão

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  3. Caro anónimo : sim há excepções e eu não sou uma delas; caro anónimo 2: Fazer as vontades todas parece-me excessivo. Fico-me por algumas, aquelas que eu também quero fazer.

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