Isto de se trabalhar numa autarquia tem o seu lado lunar. A
malta esfalfa-se a tentar fazer um bom trabalho. Damos o nosso melhor sem horas
extraordinárias a entrarem na nossa conta. Numa altura em que o governo central
(gosto desta coisa do Governo Central porque nos dá a real noção que estão lá
longe, estando) tenta esvaziar a massa crítica da Função Publica, tenta
esmorecer aqueles que trabalham por amor à camisola (que os há), eu sou um dos
que lutam por fazer o melhor trabalho tendo a pior das motivações. E por vezes
conseguimos. Mandamos cá para fora coisas de valor. Bem-feitas. Pensadas.
Elaboradas com carinho. Consistentes. Um trabalho em prol dos munícipes. E como
é bom, o que se faz? A oposição critica. E porque critica? Por que é bom. E se
fosse mau? A oposição criticava. E porque criticava? Porque era mau. No fundo
sabemos que façamos o que fizermos, vão criticar. A diferença é que se for bom,
crítica a oposição danada com a nossa capacidade produtiva; se for mau,
criticam os nossos superiores danados com a nossa incapacidade produtiva. Não
há como ganhar esta guerra. É andar por este campo de batalha, umas vezes mais
moralizados, outras menos. Umas vezes a rir outras a chorar e chegar a casa e,
no primeiro beijo e abraço que dou à minha filha, tudo se esvai. Tudo. Toda a
tristeza desaparece.
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