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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

das não discussões


Gosto muito de viver onde vivo, mas os meus vizinhos são de uma casta superior, uma malta meia pretensiosa e cheia de tiques e manias. Aquilo é tudo malta que não dá confiança a quem não ande de cu sentado num belo BMW ou Mercedes. Até as empregadas domésticas têm carros melhores que o meu  querido e  amoroso smart. Ligo pouco a isso, ou para ser sincera, não ligo absolutamente nada. Ontem estava em casa e ouvi uma discussão na rua. Achei estranho, ali ninguém discute nem fala alto, não é fino nem digno de malta com aquele calibre. Fui à janela e uma senhora ao sair do estacionamento bateu noutra que ia a passar. E lá não se entenderam e vai daí toca a discutir. E ambas tinham ultrapassado os seus limites da boa educação (ui, ui) e vai daí desataram a (tentar) chamar nomes uma à outra e o ridículo instalou-se. Diziam: ‘Você merece que a mande àquele sítio!’ E a outra replicava: ‘Olhe, a esse sítio vá você’. E a outra num tom mais alto dizia: ‘Você não vale nada, parece daquelas mulheres sem princípios, sabe, da rua’, ‘ nem diga uma coisa dessas que nem sei o que sou capaz de lhe fazer! Isso são coisas de quem não sabe o que diz’ e por aí fora. Uma discussão que nunca teve uma asneira dita de forma explícita. E veio-me à memória um episódio que se passou com uma amiga minha há algum tempo. Ia ela no seu carro quando um senhor, num outro carro, fez uma manobra que a colocou em risco de bater. Ela danada, furiosa, cheia de ganas assim que o viu parado, estacionou atrás dele, sai do seu carro e dirige-se ao carro da besta, bate na janela, o senhor abre a janela e ela muito danada, muito furiosa, muito fula diz-lhe:

 - O senhor, bem, o senhor é mau!

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