Podemos tirar a rapariga da aldeia mas não tiramos a aldeia
da rapariga. Esta é a minha verdade. Saí
da minha aldeia de trás os montes há tanto tempo, que é com espanto que vejo
que em mim ainda vive a minha aldeia. E isso vê-se nas coisas mais simples como
a forma como faço o meu arroz para acompanhar um simples frango assado. Faço
uma calda como a minha mãe me ensinou, retiro do armário o meu alguidar de
arroz de barro de bisalhães ( este é o segredo) e depois deito o arroz, por
cima a calda, mexe-se e mete-se no forno com a mesma atenção que a minha mãe
coloca no seu forno de lenha. E não se mexe mais. Fica dentro a secar e a cozer
e retira-se para nos dar um sabor único. Sem presunções, nem manias, nunca comi
um arroz como este a não ser em casa da minha mãe. Adoro fazer assim, como me
ensinaram. E vem-me à memória toda a minha meninice, todos os meus natais e
páscoas e dias de festa. Assim, é mais que arroz, é toda uma vida que se senta
comigo à mesa. A minha vida dos dias memoráveis.
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o princípio |
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o meio |
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o princípio do fim |
Falta o fim, com uma foto do alguidar vazio :)
ResponderEliminarTem toda a razão El Gato, não falhará numa próxima oportunidade :)
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