Estou na minha aldeia trasmontana. Tenho a minha eterna
camisola de pescador vestida e que uso há uns 17 natais (sem exagero). Os
corninhos de renas estão a fazer de fita de cabelo. Faço doces e como e como e
faço os doces. Minha mãe e tias fazem os fritos típicos enquanto desatam os
seus rosários de queixas sobre os seus maridos (as que têm, que uma deixou o
que tinha a uma brasuca de anca larga). Os homens tratam das bebidas e as
crianças veem em catadupa filmes típicos e barafustam porque todas querem ver
filmes diferentes na mesma televisão. Eu continuo a comer e a fazer doces.
Teimo em não falar mal dos homens em geral, e olham-me de lado. Enquanto os
bolos cozem, leio um pouco de um livro ou faço mimos à minha sobrinha. Estou
horrivelmente vestida, mas quentinha e muito confortável. Os meus Natais não
têm nada de glamouroso, mas gosto tanto deles assim: a saberem a casa, a
infância, a tempos que já não existem mais. Adoro. Por isso, a não ser que me
passe pela cabeça vir aqui falar dos meus bolos e de como consigo enfardar como
uma lontra nestes dias, não em parece que tenha algo de que mereça ser aqui
dito.
Fica, por isso, aqui os votos de um feliz natal aos que me
leem e que o vosso natal seja à vossa medida, sem normas nem dicas. Quer dizer,
apenas uma dicazinha: comam muito e
bebam mais ainda e de preferência vinho do douro, a não ser que sejam
presenteados por um valente Pêra-Manca – 2008 e aí, podem trair o meu douro que
eu deixo.
Minha querida, desejo-te o melhor dos Natais.
ResponderEliminarObrigada por teres aparecido.
Um beijinho
idem, idem aspas querida. Que por aqui fiques o resto dos meus anos.
Eliminar