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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

não mais festa, não?


Ontem foi a primeira festa de Natal da minha filha e foi, simplesmente, horrível. A miudagem, pequeninos duendes, desataram a chorar assim que o pano se abriu e viram uns 80 pais e avós histéricos, de máquinas de filmar e de fotografar nas mãos e a flashada a dar-lhes no olhos como se fossem pequenos atores de Hollywood. Eu tive vontade de fazer o triplo mortal encarpado de costas e chegar ao palco e fugir dali com a minha pimpolha, mas a dada altura ela lá se acalmou. Nunca vi um sorriso naquelas carinhas larocas, nunca e os pais apontavam e acenavam como doidos e possuídos. Quando consegui apanhar a minha filha beijei-a muito e disse-lhe que nunca mais a fazia passar por uma coisa até ela ter entendimento de que coisa era aquela. Guardei na mala as minhas máquinas de filmar e de fotografar (levei várias para o caso de… ) e ainda não tive coragem de ver os míseros segundos que consegui filmar até começar a ficar incomodada com o incomodo dela. Hoje, assim que a acordei ela beijou-me e disse: mamãe, não mais festa, não?

Não filha, não mais festa.

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