Ontem foi a primeira festa de Natal da minha filha e foi,
simplesmente, horrível. A miudagem, pequeninos duendes, desataram a chorar
assim que o pano se abriu e viram uns 80 pais e avós histéricos, de máquinas de
filmar e de fotografar nas mãos e a flashada a dar-lhes no olhos como se
fossem pequenos atores de Hollywood. Eu tive vontade de fazer o triplo mortal
encarpado de costas e chegar ao palco e fugir dali com a minha pimpolha, mas a
dada altura ela lá se acalmou. Nunca vi um sorriso naquelas carinhas larocas,
nunca e os pais apontavam e acenavam como doidos e possuídos. Quando consegui
apanhar a minha filha beijei-a muito e disse-lhe que nunca mais a fazia passar
por uma coisa até ela ter entendimento de que coisa era aquela. Guardei na mala
as minhas máquinas de filmar e de fotografar (levei várias para o caso de… ) e
ainda não tive coragem de ver os míseros segundos que consegui filmar até
começar a ficar incomodada com o incomodo dela. Hoje, assim que a acordei ela
beijou-me e disse: mamãe, não mais festa, não?
Não filha, não mais festa.
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