Em Mirandela uma mulher
morreu por complicações depois de uma cirurgia de extração da tiroide tudo
porque o anestesista se ausentou, após a operação, para comer, e mesmo quando a
enfermeira lhe ligou a dizer que a mulher estava a ter complicações, ele comeu
e depois, uma hora depois, dirigiu-se, com a barriguinha cheia, para o
hospital. Quando lá chegou, ainda tentou reanimá-la, mas já não foi a tempo e a
senhora acabou por falecer. E perante este quadro maravilhoso, o que é que o
anestesista diz em sua defesa? Imaginem lá? Que tinha fome porque passara sete
horas sem comer. A besta quadrada do anestesista disse que não foi socorrer a
senhora, porque estava a comer. Tinha fome, disse o mentecapto. Para já,
gostava de dizer que fome é coisa para três dias sem comer. No limite, podia
ter vontade de comer. Depois, perante a possibilidade de morte de uma pessoa, mesmo
sem dois dias sem comer, deveria ter-se posto a
caminho e tentar salvar a senhora. De resto, não sei onde tirou
medicina, mas quando acaba uma operação, não acaba a função dos médicos. Há o
pós-operatório que requer atenção e cuidados que implica que não se ausentem ou
se o fazem que estejam ao alcance do hospital o mais possível. E estamos nós
entregues a estas pessoas que possuem um défice social e de ética muito
rasteirinho. Começo a achar que a minha amiga Helga tinha razão quando dizia
que os médicos deviam fazer testes psicológicos apertados antes de poderem
exercer, do tipo: têm uma pessoa a morrer mas voces têm fome, o que fazer, deixa-la morrer enquanto abastecemos a barriguinha, ou deixamos a comida em cima da mesa e vamos a correr salvar a vida de uma pessoa que depende de nós?
E voltando à Helga, ela sabia do que falava: um dia ao tirar um quisto sebáceo do ombro esquerdo, ficou sem conseguir levantar o braço direiro. O médico nunca pediu desculpas. Nunca admitiu o erro e mesmo quando julgado, disse do alto da sua formação que erros todos cometem e que aquele nem tinha sido um erro muito crasso. Nunca desceu do seu pedestal. Mas precisamos deles, não é verdade?
E voltando à Helga, ela sabia do que falava: um dia ao tirar um quisto sebáceo do ombro esquerdo, ficou sem conseguir levantar o braço direiro. O médico nunca pediu desculpas. Nunca admitiu o erro e mesmo quando julgado, disse do alto da sua formação que erros todos cometem e que aquele nem tinha sido um erro muito crasso. Nunca desceu do seu pedestal. Mas precisamos deles, não é verdade?
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