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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Ninguém me perguntou, mas acho isto da reforma da senhora Ana Teresa Sá

Eu tenho tido alguma dificuldade em perceber o que acontece com algo que é anticonstitucional. Ou seja, pode ser anticonstitucional, mas se assim for, num momento de necessidade para o país, permite-se que o erro persista, tal como terem ficado com os subsídios. Logo, a política tem meios e meandros de conseguir fazer-se valer esteja de acordo com a constituição ou não. Isto tudo para chegar à autarca Ana Teresa Custódio Sá que após 26 anos de trabalho vai reformar-se com apenas 47 anos de vida. Eu não sei se caso pudesse reformar-me daqui a sete anos, se não o faria. Aliás, nem sei se caso pudesse reformar-me amanhã se não o faria ( continuando, depois a trabalhar em algo que me desse apenas prazer). Não sei se teria a hombridade de, face às dificuldades do país, deixar de me reformar, caso pudesse. Não sei se tinha. Nem sei se conheço alguém que tenha essa beleza de espirito. Creio que não. A lei permite. Então, faz-se. O que deveria estar a acontecer era a lei não permitir. O que está mal não é a senhora reformar-se quando pode, é poder reformar-se quando ainda deveria trabalhar. Deveria ver vetada essa possibilidade. E se a lei tal permite, então que seja impedida e que o impedimento se for anticonstitucional que venha o Tribunal Constitucional dizer que, como vivemos numa altura complicada, e tal e coisa, e reu-beu-beu pardais ao ninho, e assim e assado, a senhora vai ter de trabalhar. Temos pena, mas tem de amochar. Tem de vergar as costinhas como todos aqueles que perfazem a população do seu lindo país (excluindo os políticos).
Era só isto.

2 comentários:

  1. E ainda temos o caso emblemático da segunda figura da hierarquia do País, a nossa sublime e aplaudida presidente da assembleia da república (a quem o País tanto deve) e que desde os 42 anos está reformada por nos ter feito o favor de ter sido juíza durante dez anos no tribunal constitucional. Naturalmente que quem acha este tipo de situações imoral só pode ser invejoso!

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