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terça-feira, 11 de junho de 2013

Do amor

Hoje uma amiga (muito querida por sinal) publicou este texto (está no fim deste post) no facebook do seu blogue. primeiro li e sorri. Achei bonito e um daqueles textos que é impossível não concordar. Que nos faz querer sair do trabalho e ir correr a mini maratona para ficarmos mais tonificadas, desatar a combinar um jantar maravilhoso seguido de uma saída com o nosso marido de forma a reacender a chama. Seduzi-lo e surpreende-lo. Mas depois pensei que isto não é bem assim. Que este é um bonito texto, mas não é uma verdade absoluta. Se calhar, porque nisto do amor não há verdades absolutas. Resultou para o Arnaldo, mas os meus pais têm um casamento longo e o texto poderia ser outro ( e seria certamente), porque nunca a minha mãe saiu para dançar com o meu pai, ou tiveram com que deixar os filhos (entre muitas outras coisas) e estão juntos, quase cinquenta anos depois. E podíamos fazer isto tudo e mais um par de botas com um companheiro e o casamento ir por água a baixo. Ou podemos nada disto fazer, não sair sem filhos, engordarmos, esquecermos de mimar o outro e mesmo assim o outro nunca arredar pé da relação. Não há formulas. às vezes as relações não precisam de muito para que funcionem e outras existem que se faz tudo, em absoluto tudo, ambos lutam e no fim acaba por não funcionar. Cada um sabe que amor lhe cabe e que amor funciona com ele. Depois pode encontrar o parceiro ideal  e ter vontade ou não de sair, ter vontade ou não de mimar, ter vontade ou não de dançar, ter vontade ou não de ficar a sós sem filhos, ou mesmo não ter filhos, ter vontade de fazer amor com aquele corpo marcado pela gordura ou não... sei lá, na verdade o texto dá-me vontade de rir porque é um daqueles textos bonitinhos, bem escritos, todo cheio de campainhas e pius pius, mas que depois pode falhar, paragrafo a paragrafo, palavra por palavra.
Eu posso saber o que preciso para que a minha relação funcione e mesmo assim, ela não funcionar. Para mim, aquilo que funciona pode ser diferente daquilo que funciona para a Eduarda. E aquilo que funciona para a Eduarda é diferente daquilo que funciona para a Ana e para o Paulo e assim sucessivamente.
Parece-me que se o Arnaldo tivesse descoberto a chave do sucesso das relações, o daríamos na escola, o padre dar-nos-ia o texto aquando do casamento, ou os pais. O que o Arnaldo escreveu é aquilo que funciona para ele e sua mulher. Apenas isso.
Não há textos que, se seguirmos à letra, a relação funciona. E não há por uma razão simples: o amor não vem nos livros, ou temos cá dentro, ou nem que o outro faça o triplo mortal encarpado de costas conseguimos mantermo-nos apaixonados. E é por isso que o amor dá que falar, porque ora é simples, ora é complicado como o raio.
 
(desculpa Marta <3)
 
 
 
- DIVÓRCIO por Arnaldo Jabor -

Meus amigos separados não cansam de perguntar como consegui ficar casado 30 anos com a mesma mulher. As mulheres sempre mais maldosas que os homens, não perguntam a minha esposa como ela consegue ficar casada... com o mesmo homem, mas como ela consegue ficar casada comigo. Os jovens é que fazem as perguntas certas, ou seja, querem conhecer o segredo para manter um casamento por tanto tempo. Ninguém ensina isso nas escolas, pelo contrário. Não sou um especialista do ramo, como todos sabem, mas dito isso, minha resposta é mais ou menos a que segue:

Hoje em dia o divórcio é inevitável, não dá para escapar. Ninguém agüenta conviver com a mesma pessoa por uma eternidade. Eu, na realidade já estou em meu terceiro casamento – a única diferença é que casei três vezes com a mesma mulher.

Minha esposa, se não me engano está em seu quinto, porque ela pensou em pegar as malas mais vezes que eu. O segredo do casamento não é a harmonia eterna. Depois dos inevitáveis arranca-rabos, a solução é ponderar, se acalmar e partir de novo com a mesma mulher.

O segredo no fundo é renovar o casamento e não procurar um casamento novo. Isso exige alguns cuidados e preocupações que são esquecidos no dia-a-dia do casal.

De tempos em tempos, é preciso renovar a relação. De tempos em tempos é preciso voltar a namorar, voltar a cortejar, seduzir e ser seduzido. Há quanto tempo vocês não saem para dançar? Há quanto tempo você não tenta conquistá-la ou conquistá-lo como se seu par fosse um pretendente em potencial?

Há quanto tempo não fazem uma lua-de-mel, sem os filhos eternamente brigando para ter a sua irrestrita atenção?
Sem falar dos inúmeros quilos que se acrescentaram a você depois do casamento. Mulher e marido que se separam perdem 10 kg em um único mês, por que vocês não podem conseguir o mesmo?

Faça de conta que você está de caso novo. Se fosse um casamento novo, você certamente passaria a freqüentar lugares novos e desconhecidos, mudaria de casa ou apartamento, trocaria seu guarda-roupa, os discos, o corte de cabelo, a maquiagem. Mas tudo isso pode ser feito sem que você se separe de seu cônjuge.

Vamos ser honestos: ninguém agüenta a mesma mulher ou o mesmo marido por trinta anos com a mesma roupa, o mesmo batom, com os mesmos amigos, com as mesmas piadas. Muitas vezes não é a sua esposa que está ficando chata e mofada, é você, são seus próprios móveis com a mesma desbotada decoração.

Se você se divorciasse, certamente trocaria tudo, que é justamente um dos prazeres da separação. Quem se separa se encanta com a nova vida, a nova casa, um novo bairro, um novo circuito de amigos.

Não é preciso um divórcio litigioso para ter tudo isso. Basta mudar de lugares e interesses e não se deixar acomodar. Isso obviamente custa caro e muitas uniões se esfacelam porque o casal se recusa a pagar esses pequenos custos necessários para renovar um casamento.

Mas se você se separar, sua nova esposa vai querer novos filhos, novos móveis, novas roupas e você ainda terá a pensão dos filhos do casamento anterior.

Não existe essa tal “estabilidade do casamento” nem ela deveria ser almejada. O mundo muda, e você também, seu marido, sua esposa, seu bairro e seus amigos.

A melhor estratégia para salvar um casamento não é manter uma “relação estável”, mas saber mudar junto. Todo cônjuge precisa evoluir, estudar, aprimorar-se, interessar-se por coisas que jamais teria pensado em fazer no inicio do casamento. Você faz isso constantemente no trabalho, porque não fazer na própria família?

É o que seus filhos fazem desde que vieram ao mundo. Portanto descubra a nova mulher ou o novo homem que vive ao seu lado, em vez de sair por aí tentando descobrir um novo interessante par. Tenho certeza que seus filhos os respeitarão pela decisão de se manterem juntos e aprenderão a importante lição de como crescer e evoluir unidos apesar das desavenças. Brigas e arranca-rabos sempre ocorrerão: por isso de vez em quando é necessário se casar de novo, mas tente fazê-lo sempre com o mesmo par.

Como vê, NÃO EXISTE MÁGICA – EXISTE COMPROMISSO, COMPROMETIMENTO E TRABALHO – é isso que salva casamentos e famílias.”

Fonte: Citações Arnaldo Jabor


 

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