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quarta-feira, 26 de junho de 2013

Dos vinhos rosés


Poder-se-ia dizer que o cor-de-rosa invadiu a minha vida, ou se quiserem que seja mais franca e menos interessante, que o peixe morre pela boca (morreu na minha boca, assumo).

Nunca fui amante do cor-de-rosa e apenas existia uma relação com alguma frieza a ponto de dizer que jamais iria ser aquelas mães que colocam as filhas de rosa da cabeça aos pés. A bem da verdade, ainda não o faço, mas desde que a minha Mary nasceu afinei-me (vem de afinidade, acho) com o cor-de-rosa na roupa e com o rosé na boca. Creio que era uma daquelas complexadas que dizia à boca cheia que rosé é mais refresco que vinho. Mas depois de provar o Rosé 4R (dos mesmos produtores do vinho Mãos que é uma coisa… ui…), fresquinho, como se quer, deitei a toalha ao chão e este verão cheira-me que o vá emborcar com alguma frequência. E já tenho a mania que percebo alguma coisa do assunto: gosto dele mais clarinho e isto da cor depende do gosto do enólogo que escolhe as castas, a data da colheita e o tempo de vinificação para que a cor apresentada no fim seja a que ele gosta.

Parece-me que o macho, na sua generalidade, não gosta de assumir que gosta de rosé, ou se calhar não gosta mesmo e por mim tudo bem, gosto de pensar que este vinho (que é mesmo vinho) é feminino, não só na cor como no conteúdo. Gosto.

E agora em vez de estar aqui a dizer umas coisinhas devia de estar numa esplanada a beber um rosé enquanto sentia a brisa quente de verão e pensava na vida. Ou não pensava em nada e apenas me deixava ir na onda do tempo, vazia, vazia, vazia mas feliz.

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