A minha filha foi, pela
primeira vez, com a escolinha à praia. Esta frase parece simples, mas, na minha
cabeça (será melhor dizer coração?) é tudo menos simples. Dormi mal, embora a
tenha acordado com um grande sorriso na boca e tenha dito ‘filhota, hoje é dia
de praia com os teus amigos’ quando podia dizer ‘filhota, não preferes ficar na
escolinha que eu prometo que te deixo dez chocolates para te entreteres?’. Mantive-me
em cima das minhas sandálias altas sem soçobrar enquanto ela entrava, minúscula,
no autocarro. Olhei bem para o motorista a ver se tinha cara de boa pessoa
porque todo o mundo sabe que as boas pessoas conduzem melhor que as mal-encaradas. Meti-lhe
mil beijos na testa e mais três mil nas bochechas. As minhas amigas gozam comigo
e eu explico que ela foi para a praia de Paço de Arcos e todos sabem que essa
praia tem ondas de dez metros, tubarões e orcas a rondar. Liguei para a
educadora (uma querida, que me deu o numero dela porque achou, estou mesmo a
ver, que eu podia não sobreviver à manhã e ela não quis lidar com uma criança órfã
de mãe) apenas três vezes em duas horas. Não sei muito bem o que dizer que
abone a meu favor, talvez que ela tem, naquele seu corpo minúsculo, toda a
minha vida, meus sentimentos, meu coração, minha cabeça e, a ver, também toda a
minha ansiedade.
Talvez amanhã seja diferente.
Ou não.
(este podia ser um post limetree se eu tivesse conseguido fazer a ligação, mas hoje nada consigo, nada. Por isso, não é)
Sinto-me muito menos sozinha!!!
ResponderEliminarcomo a entendo:(
Gisela
É horrível, não é? Mas temos de os deixar ir... custa mas tem de ser :)
Eliminar