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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

1º dia de férias


De férias. Na verdade férias para trabalhar num projeto, mas trabalhar com uma cadência diferente. Acordar devagar. Tomar o pequeno-almoço lentamente. Levar a filha à escola mais tarde. Ir busca-la mais cedo e, pelo meio, escrever, escrever e escrever. Mas o primeiro percalço está encontrado: filha doente. Agora, em vez de acordar devagar, tomar o pequeno-almoço lentamente, é andar a mil e dar-lhe todos os mimos do mundo, controlar a febre, fazer o triplo mortal encarpado de costas e depois, quando ela adormece, ter capacidade de escrever, escrever e escrever. Estou assim meia acordada porque são noites seguidas sem dormir. E eu preciso de dormir. Eu devia de ter ‘sono’ no meu nome do meio. E privada de sono fico insuportável. Mesmo insuportável. De tal forma insuportável que quase não consigo aturar-me a mim mesma. Mas esta coisa de os meus planos saírem furados faz-me lembrar os meus fins de ano entre os meus 16 anos e os meus 21. Fazia mil planos. Tinha mil ideias. Comprava o vestido certo. Os sapados. Os acessórios. Imaginava-me vestida dos pés à cabeça e com as ansias que isso causa numa miúda. E depois era certo como o sol nascer todos os dias: atacava-me uma gripe descumunal, que nem sabia de onde vinha e passava o fim de ano na cama com caldos de galinha. Mas nada nos acontece que não nos ensine algo (a não ser que sejamos mesmo burras) e eu aprendi a relevar. Aprendi a criar planos B, a não desesperar quando o que se planeou não acontece.

Assim, estas férias não estão a correr como planeei, mas não faz mal. Arrepiei caminho e chegarei onde quero.

8 comentários:

  1. Esse é um ensinamento muito valioso. Valorizar o que temos, mesmo que não seja o que estava planeado e agradecer por ter solução, ficamos mais doentes do que eles, de rastos, sem dormir, preocupados, mas é certo, que mais dia menos dia já se foi a maleita e volta a reinar a paz, ou a revolução, daquelas pacíficas que até gostamos e são da praxe.

    Melhores dias vêm aí.

    Beijinhos.

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    1. tenho a certeza que melhores dias virão:)
      beijinhos grandes

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  2. E não saiu assim tanto do planificado, ora... já estás a escrever, a escrever, a escrever... e eu a gostar de ler :) Beijocas

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  3. com a filhota doentinhA dÁ para escrever outras históriÁs.

    Sugiro que durmas umas sestinhAs quando a filhotA o faz. :)

    Depois... planos ... agendas ??? atirA tudo pelA varanda forA :) rebolA no chão, brincA ás bonecAs, faz pinturAs, sorri, ergue as mãos para o sol ou para a luA e sorri...

    Um passo de cada vez, mais vale um minuto vivido com Amor que uma hora a trabalhAr sem esse Amor por perto.

    AproveitA ao máximo, infelizmente a filhotA está doentinhA, mas á um medicamento unico para a curA : A M O R .

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  4. Eu escrevi no outro dia, mas não ficou... :( O que queria dizer é que parece que às vezes escreve mesmo para mim e como se fosse eu a escrever. Isto se tivesse uma filha e tivesse 41 anos... Mas é uma delícia saber que existe alguém por aí como nós!

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    1. Raquel, fiquei a olhar para o seu comentário minutos seguidos. Vi-o como como um grande elogio... talvez o maior que alguém já me colocou aqui, no blogue. Muito obrigada. Somos assim, sentimentais :)

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    2. Somos umas lamechas de primeira, mas digo-lhe o que é mesmo verdade! Não sou pessoa de dar elogios sem os sentir, e a realidade é que me revejo muitas vezes nas suas palavras, tão surpreendida que poderia jurar que são minhas. Obrigada eu!* (e as melhoras para a picada no pescoço*)

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