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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

aquilo que anima uma mulher simples


Leram este post? Pois, o cabaz chegou hoje e fiquei tão histérica que me meti a arrumar tudo e nem uma foto tirei. Fica para a próxima, porque eu quero que haja próxima. As maças, as ameixas, as batatas, a salsa (mesmo daquela que cresce livre), os agriões, os grelos, os limões, os tomates e o pão caseiro ficam tão bem aqui em casa! Estou em modos de histeria. Com um simples cabaz. Muitas vezes penso que a internet nasceu para mim. Adoro que as coisas me venham parar a casa. Adoro fazer compras via net, seja de hipermercados que dispenso bem ter de andar a calcorrear aqueles corredores, seja de roupa, seja o que for (excluídos estão os livros porque nutro um fascínio por livrarias). Cada vez mais gosto de mercearias de bairro, onde mal entremos a senhora ou senhor já sabe como gosto de ser atendida, que me pergunte pela minha filha e que me informe que guardou aquela cabeça de peixe para que eu pudesse fazer o meu arroz de peixe especial. De resto, cada vez mais apetece-me sair apenas para conviver, tomar café com amigas, ir ver o mar com a minha filha, ou simplesmente sentir-me a envelhecer num café. A rotina das compras eu dispenso sempre que posso. Vou ficar fã destes cabazes que vão às quintas buscar legumes e fruta da época, como já sou das carrinhas que me trazem as compras do mês. Não sou preguiçosa, que não sou, apenas, cada vez mais, sou esquisita na forma de gastar o meu tempo, porque cada vez mais tenho menos para gastar.

12 comentários:

  1. Tomar café com amigas? Que pena essa homofobia que nos exclui de tão grato prazer....

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    1. Nada disso, foi um lapso linguistico. Também eu gosto de tomar café com amigos, homens, machos...

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  2. Ufff! Não imagina o problema que me resolveu...é que fantasio o dia em que tomarei um café consigo...se possível no mesmo local, em Paris, onde Sarte se encontrava com a Simone...no boulevard de St. Michel....

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    1. Ainda bem que lhe resolvi um problema. Isso é que é preciso. E a fantasia faz parte da vida. É bom fantasiar. Creio, no entanto, que vê a relação de Simone e Sartre com enlevo. Saiba que não comungo da sua opinião. Acho mesmo que Simone deve dar umas voltas no tumulo que partilha com Sartre... :)

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  3. Que delícia! Adoro "sentir-me a envelhecer num café" :) *

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    1. Eu também. Agora que passei a barreira dos 40 achei por bem consentir-me envelhecer, mas ao fazê-lo, quero fazê-lo bem feito:)

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  4. Engana-se...vejo-a apenas como cumplicidade intelectual...desconfio mesmo que era um casamento branco...no Sarte o desejo erótico estava canalizado para a palavra e a escrita e a Simone gostava de ser tomada nos braços de outros e sentir o cheiro e a pele de outras!

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    1. Hum... concordo na sua análise à relação peculiar da Simone e Sartre, mas este assunto daria pano para mangas, certo? Não se resume, pela complexidade dos proprios misturada com a minha propria complexidade, em tres linhas.

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  5. Guardamos então a complexidade que invoca para o café ...quem sabe um dia no Boulevard de St.Michel...prefiro um dia frio na esplanada junto a um dos aquecedores parisienses...estarei de cachecol, sobretudo e chapéu preto.... como o Manoel de Oliveira....

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    1. Muito bem. Eu estarei de boina, a lembrar heroinas pré-25 de Abril!

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  6. Ainda bem que gostou e que é tudo do seu agrado. Bom proveito.

    Um beijinho

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