Raramente vejo o facebook
àquela hora, mas hoje fi-lo. Abri os olhos e abri o facebook e apareceu-me um
texto de Isabel Saldanha Fotografias. Li-o. Voltei a lê-lo e depois fechei o
facebook. O texto não me saiu da cabeça o dia todo. Pelo meio havia tanto de
mim e outros tantos que eu gostava que fossem de mim. Não falei dele até ao fim
do dia, quando falava com a minha Eduarda. Também ela o lera. Também mexera com
ela. É isto que eu gosto nesta democracia de literatura onde todos podem
escrever e todos podem ler e depois acontece a magia. Há palavras que nos tocam
em especial, que mexem connosco que nos obrigam a refazer o pensamento e, quem
sabe, até mesmo a vida. E como estas foram as minhas palavras do dia, deixo-vos
com elas não sem antes avisar que são poderosas e CUIDADO porque podem fazer pensar.
‘Pensei
muito no post que escreveria no dia dos meus anos, pensei tanto que fiquei com
a certeza que não era nada disso que escreveria. Hoje faço anos sim. E posso
dizer à boca cheia que tive um ano em cheio. Despedi-me de um emprego chato,
conheci pessoas fabulosas, regressei a Alfama com as loiras, casei a minha Mel,
espetei-me de carro, Alfama venceu as marchas, enterrei uma tartaruga,
despedi-me da minha irmã, a Camila largou a chucha, abri a minha empresa, dei
corpo a milhares de projectos novos e viajei para sítios incríveis...mas no
final, o mais importante, não foi carimbar o passaporte ou fingir que sou
forte, o mais importante nestes 365 dias que passaram desde a última vez que
fiz anos, foi ter conseguido aproximar-me de mim como destino e como pessoa.
Passado um ano, posso dizer com orgulho, que estou mais próxima de ser a mulher
que sonhei. E apesar de ser uma viciada total em viagens, continuo a advogar
que o melhor destino do mundo é irmos às profundezas de nós mesmos e resgatar a
pessoa que queremos ser. Não é uma viagem em 1ª classe, sai nos do pêlo e sai
nos com medo, mas não há nenhum postal ou fotografia, que ganhe ao reflexo
orgulhoso de uma alma que se vê ao espelho e o sorriso que esboçamos logo a
seguir. Esta viagem está longe de estar terminada, mas já vou sem cinto, com a
confiança de quem sabe que as trepidações e os atrasos fazem parte do caminho e
que às vezes, se perdem as malas, entre voos e escalas.
Ainda não sei exactamente para onde vou, mas
sei que tenho muito menos medo, à medida que sei quem sou.
Gosto de ti miúda!
Estás de Parabéns balança!’
palavras cheias de tanto... ufa! ainda estou a suspirar enquanto elas, as palavras, se encaixam em mim
ResponderEliminarMexem, não mexem?!:)
EliminarQue delícia! :)
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