do respeito

 Sabem do que gosto mesmo, mas mesmo, mesmo? É estar numa reunião, onde é suposto que todos os presentes saibam que estão numa reunião (e uma reunião é um aglomerado de pessoas que partilham o mesmo fim, ou ideia), e que um ou outro esteja com a cara encafuada no seu telemóvel ou Ipod, ou ipad ou o raio que os parta. ADORO! E gosto ainda mais, quase como deitar álcool sobre uma ferida, que a pessoa em causa seja a que devia estar mais atenta, porque tem interesse acrescido nos resultados daquela reunião ou porque a preside. A mim isso cai-me que nem ginjas. Eu sou uma mera subordinada (reles!) e que precisa desta coisa a que chamo trabalho para ter a minha vida, pagar as minhas contas e beu-beu-beu, senão, o que me dá vontade de fazer quando isso acontece, é pegar em mim e no meu cu gordo e perguntar à pessoa, alto e bom som: ‘ isso que se está a passar no seu telemóvel é, a esta hora, neste momento, mais importante que esta reunião? E se sim, então devíamos remarcar a reunião para uma outra altura onde os presentes possam mesmo estar presentes’. Manias que eu tenho, que devemos respeitar o tempo dos outros e as ideias dos outros e ouvi-los. Tudo manias de gaja pós-25 de Abril, que devia era ser posta na linha e aceitar esta modernidade de estarmos a almoçar com alguém que está enfiado no telemóvel, que está a reunir com alguém que está a responder a emails no seu Ipad, que está a tentar ter uma conversa séria com alguém que está a mandar sms em catadupa para um amigo ou amiga ou o diabo a quatro. Não gosto do desrespeito relativamente ao outro. Nem preciso de ser ‘ o outro’ para não gostar, simplesmente não gosto.