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terça-feira, 15 de outubro de 2013

Não quero mais férias. Chega


Vamos ao segundo dia de férias.

Acordei com uma picada no pescoço do lado direito. Uma picada que ia e vinha com uma cadência cada vez maior. Incomodativa. Parecia que alguém estava a fazer vudu comigo e a picar, com uma agulha grande, o meu pescoço. A picada aumentou durante a manhã e ao princípio da tarde, meia sonolenta no sofá, resolvi escrever uma sms para uma prima que trabalha num hospital. Disse-lhe que sentia picadas no pescoço. Perguntava-lhe se devia preocupar-me e ainda brinquei com o assunto. Ligou-me de seguida e deu-me 20 minutos para chegar de minha casa ao hospital. Expliquei-lhe que ia de smart e que ele não tem asas. Não se riu. Foi o não se rir dela que me deixou alerta. Cheguei ao hospital e tinha um neurologista à minha espera. Um tipo muito bom e conhecido da grande praça, porque a minha prima não faz por menos, mas pouco simpático. Examinou-me de forma assertiva e disse: tem de fazer uma ressonância com urgência. Perguntei-lhe do que estava ele desconfiado. Não disse, insistiu que tinha de fazer uma ressonância com urgência. Chamou minha prima. Marcaram para amanhã às onze, o exame e consulta com ele no dia seguinte à tarde. Ora bem, eu tenho uma entrevista quinta à tarde. Expliquei que não me dava jeito ir à consulta quinta. Perguntei se podia ser num outro dia. Não, não pode. E pronto, este foi o meu segundo dia de férias. Desconfio que amanhã, depois de fazer a ressonância, vou bater à porta do meu trabalho e dizer à minha chefe que não quero mais férias. Que chegam. Que a minha vida não aceita férias lá muito bem. Que fui feita para trabalhar como os chineses, ininterruptamente. E se ela não deixar, ajoelho-me e rogo-lhe.

1 comentário:

  1. Já venho tarde, a esta hora já fez a R.M. e teve consulta, espero que a dor tenha passado e o que quer que seja que a originou já esteja identificado e tratado.

    Um beijinho

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