Vamos ao segundo dia de férias.
Acordei com uma picada no
pescoço do lado direito. Uma picada que ia e vinha com uma cadência cada vez
maior. Incomodativa. Parecia que alguém estava a fazer vudu comigo e a picar,
com uma agulha grande, o meu pescoço. A picada aumentou durante a manhã e ao princípio
da tarde, meia sonolenta no sofá, resolvi escrever uma sms para uma prima que
trabalha num hospital. Disse-lhe que sentia picadas no pescoço. Perguntava-lhe
se devia preocupar-me e ainda brinquei com o assunto. Ligou-me de seguida e
deu-me 20 minutos para chegar de minha casa ao hospital. Expliquei-lhe que ia
de smart e que ele não tem asas. Não se riu. Foi o não se rir dela que me
deixou alerta. Cheguei ao hospital e tinha um neurologista à minha espera. Um
tipo muito bom e conhecido da grande praça, porque a minha prima não faz por
menos, mas pouco simpático. Examinou-me de forma assertiva e disse: tem de
fazer uma ressonância com urgência. Perguntei-lhe do que estava ele
desconfiado. Não disse, insistiu que tinha de fazer uma ressonância com
urgência. Chamou minha prima. Marcaram para amanhã às onze, o exame e consulta com ele
no dia seguinte à tarde. Ora bem, eu tenho uma entrevista quinta à tarde.
Expliquei que não me dava jeito ir à consulta quinta. Perguntei se podia ser
num outro dia. Não, não pode. E pronto, este foi o meu segundo dia de férias.
Desconfio que amanhã, depois de fazer a ressonância, vou bater à porta do meu
trabalho e dizer à minha chefe que não quero mais férias. Que chegam. Que a
minha vida não aceita férias lá muito bem. Que fui feita para trabalhar como os
chineses, ininterruptamente. E se ela não deixar, ajoelho-me e rogo-lhe.
Já venho tarde, a esta hora já fez a R.M. e teve consulta, espero que a dor tenha passado e o que quer que seja que a originou já esteja identificado e tratado.
ResponderEliminarUm beijinho