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quarta-feira, 23 de outubro de 2013

se calhar faz parte do tratamento médico


 
Primeiro leiam esta notícia.
Já leram?
Estão indignados, certo? Então há um português que fica em coma devido a um atropelamento (este ultimo facto é indiferente) e dá entrada no Hospital de Coimbra, de Coimbra mandam-no para Santarém e Santarém recambia-o para Torres Novas. De Torres Novas mandam-no para Abrantes. Em Abrantes, como Tomar é perto e o doente nem se queixou nem nada da viagem que lhe estavam a proporcionar, mandam-no para Tomar. Ao todo este individuo fez 262 km a dormir. Não deu para apreciar as vistas nem ouvir o som estridente que a ambulância fazia a rasgar as avenidas. E é uma pena o senhor não estar com todas as suas funções vitais normalizadas, porque essa viagem pelo centro do país até tem zonas bonitas. O que eu acho é que mesmo acordados, nem o ministro da saúde, nem nenhum dos médicos que o recambiou e nem mesmo os diretores desses hospitais todos jamais arredavam pé do primeiro hospital e jamais admitiam serem tratados desta forma, mas como era um individuo ‘qualquer’ e ainda por cima em modo silencioso, toca a trata-lo como se de uma carga se tratasse. Estou em crer, assim, do alto do meu sofá, que a malta ensandeceu grandemente.

2 comentários:

  1. Para mim, estes e outros procedimentos do mesmo género acabavam se ministros e companhia precisassem e fossem doentes dos hospitais públicos. Mas mesmo se entrarem nos hospitais públicos, têm uma porta e via aberta, ou melhor, escancarada, tal como os médicos e seus famíliares que, com certeza, não passariam por isto.

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  2. A questão é mesmo essa Helena, eles têm a vida facilitada. Por tudo isso nem imaginam o que é esta falta de dignidade.

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