Páginas

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

esplanar


O que me atraiu naquela esplanada foi o frio. Tenho um apelo especial por esplanadas em dias de sol de Inverno, em que primeiro pegamos no chá para aquecer as mãos e ficamos com elas à volta da chávena minutos a sentir o calor. Depois vai-se bebericando e aquecendo e eu gosto, como se tivesse cinco anos, de respirar forte e ver o fumo sair da minha boca como se eu fosse uma chaminé. Gosto de me enrolar num cachecol e ficar ali, apenas eu e os fumadores, a ver a vida a passar. Atraiu-me essa esplanada hoje, depois de uma reunião na escola da minha filha. E foi isso que fui buscar na fria esplanada: a serenidade de quem apenas observa o filme sem entrar nele.

Sabe tão bem, ver que me estendi na cadeira tanto quanto pude e com a chávena com o chá de limão a aquecer-me, fiz planos, elaborei metas, estabeleci limites (o que no meu caso é sempre de salutar) e depois fechei os olhos. Deixei-me adormecer por segundos e nesses segundos não foi o frio que senti, mas o sol a queimar-me a cara, a beijar-me o cabelo ou Deus a dizer-me para serenar que tudo vai correr bem.
 
 

Sem comentários:

Enviar um comentário