Se calhar, se disser que gosto
de deitar a minha filha e ficar a beber um vinho, tinto de preferência enquanto
escrevo no livro que estou a fazer, soa a pouco maternal, mas faço-o;
Se disser que muitas vezes em
vez de escrever dou por mim a ler um livro com o meu copo de vinho e televisão desligada,
soa a pouco maternal;
Se disser que muitas outras
vezes fico na sala, com a minha musica de eleição que não foge muito do Antony,
do Cohen, do Cave, do Scott Matthews e ultimamente dos The National, com a luz
desligada (amo ficar só com as luzes da árvore de natal, mas só consigo nesta
altura) e a pensar na vida também soa a pouco maternal;
Mas sempre que um destes serões
é escolhido, interrompo a leitura, a escrita, os pensamentos de quando em vez
só para a ir ver a dormir e dizer-lhe que a amo. Faço-o baixinho, quase num
sussurro, para que ela não acorde. Depois volto à sala, ao meu vinho, às minhas
leituras, às minhas escritas, aos meus pensamentos. Mas desenganem-se se pensam
que desligo dela. Nunca o faço, nunca, mesmo que embrenhada na minha escrita,
nas minhas leituras, nas minhas músicas, nunca me desligo dela, ali ao lado, no
quarto a dormir. Se calhar isto já faz de mim um ser mais maternal.
fotografia by Mané Mesquita (www.ligthstudium) |
;) muito Mãe!!!!
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