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terça-feira, 17 de dezembro de 2013

noites mágicas


Acabei de chegar dos sem-abrigo e estou com os pés quase dentro da lareira. Gelados que parecem cotos. Penso no Luís, um dos sem-abrigo, que tinha uma árvore de natal na rua onde vive, ali debaixo da lua a dividir o espaço com um poste. A árvore singela tinha uma fita prateada e o Luís ria muito. Endireitou a fita e voltou a rir. Ele faz poemas para a Leonor e ri uma vez mais. Fiquei muda. Ele agradece e diz, por tudo e por nada, ‘se Deus quiser’. E volta a rir. O Luís deve ter os pés frios e não tem lareira para se aquecer, mas ainda não perdeu o Natal dentro dele.

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