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segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

adoro as seguradoras


Quando comprei a casa tentei fazer um seguro em caso de invalidez e morte da minha rica pessoa. Depois de consultas e exames foi-me recusado o seguro por invalidez. Simples. Aqueles tipos acharam que as possibilidades de ficar inválida eram demasiado grandes para aceitarem fazer-me o seguro. Um pouco como aquelas casas da Régua, à beira-rio, que não conseguem seguros em caso de cheias (para que serve um seguro para cheias numa zona sem leitos de água?). Mas pronto, não fizeram, não fizeram e resignei-me com o seguro para caso de morte. Agora o senhor meu marido entendeu que devemos mudar de seguradora porque ‘ai e tal vamos conseguir mais barato’. Sim, vamos lá. Saí do trabalho e toca a ir à seguradora que tem uma maravilhosa e única e linda e fantástica proposta para nós. A senhora começa com o questionário ‘tem problemas cardíacos?’, ‘não’; ‘tem problemas respiratórios?’, ‘nã0’ e a senhora colocava a cruzinha com elevo e felicidade ‘tem próteses?’, ‘sim’. Oi?! A senhora olha para mim. Eu, muito calmamente, sorrio. E ela, achando que eu me tinha enganado, repete a pergunta ‘tem próteses?’, e eu ‘Sim’. E ela ‘onde?’, e eu ‘Coluna’. E ela respira fundo e pergunta ‘pode especificar o sítio da coluna onde tem a prótese?’. E eu disse: ‘Tenho várias, duas na lombar e duas na cervical’. A senhora ganiu ‘QUATRO?’. E eu, sempre calminha, tentei explicar-lhe. Ela começa a ficar nervosa. Creio que começou a ver que a coisa podia não se realizar. Começou a ver a sua comissão e ir por água a baixo. A dada altura disse: ‘ Vamos esperar pelos exames médicos para ver qual o relatório que o médico vai mandar’. Eu disse que sim, que podia ir fazer os exames quando quisessem e onde quisessem. E saí de lá a correr para o meu lindo trabalho enquanto a senhora ficou a suspirar de tristeza naquela sala sombria.

Depois dou-vos novidades do que virá em seguida. Isto promete. Juro.

4 comentários:

  1. ora ora, este post é serviço público, que eu também tenho uma prótese na coluna e nunca se sabe quando esta informação pode dar jeito.

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  2. Se não fosse uma bela tragédia, dava comédia das boas*

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    1. querida Raquel, isto já não me incomoda mais. Na verdade, dá-me para rir. Vale mais que carpir magoas. beijinhos

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