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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

do desamor... de um carro


Não tenho duvida alguma que os carros têm sentimentos, que funcionam mediante os donos que têm. O meu, que sempre foi um belo carro sem mácula de pecado, sentiu que me preparava para o deixar. Bem, é pior, a coisa é muito pior, ele sentiu que me preparava para trocá-lo por outro. O mais infame pecado amoroso. A traição. E não se fez rogado, hoje resolveu deixar de funcionar, assim, simples, como se alguém lhe tivesse retirado o coração, vulgo motor, e morreu. Na verdade, o seu desamor é tanto que fê-lo no parque subterrâneo do Hospital Cuf Descobertas. Eu percebi-o quando ele não quis dar nenhum sinal. E fez-me ficar 4 horas (quatro horas) para chegar a casa entre reboques especiais para parques subterrâneos, táxis e muita chuva e nevoeiro, o que fez tudo demorar o triplo do tempo. E ele, ali, quieto, calado, amuado. Quando o vi a ir a reboque da pick-up fiquei triste. Fiquei com o coração pequeno. Era a primeira vez que o via a ir dormir longe de mim. Estou aqui a pensar em reatar a nossa relação… depende do tamanho do amuo dele. Amanhã, alguém da oficina irá aumentar o meu desdém ou reascender a chama da nossa relação. Veremos.

Agora vou espetar-me no sofá e esquecer que esta tarde sacana existiu.

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