Há muito que a esta mulher me intriga. Tentei, há largos anos, ler o seu primeiro romance, mas à época ainda não possuia a maturidade suficiente para entrar numa escrita um tanto ou quanto hermética. Mea culpa, apenas mea culpa. Mas o fascinio pela escritora nunca esmoreceu.
Há já algum tempo que ansiava a biografia levada a cabo por Benjamin Moser, um grande estudioso e apaixonado por esta mulher enigmática. Ela chegou esta semana às bancas e com ela cheguei eu. Agarrei no livro (livrão) e trouxe-o para casa como se de um tesouro se tratasse. Agora, espero absorvê-lo até ao tutano.
Clarice nasceu numa Ucrânia martirizada pelo rescaldo da I Guerra Mundial. Sua mãe foi violada e crê-se que tenha apanhado uma doença venérea. Tal como se pensava nessa altura, para limpar o corpo de doenças desta natureza, nada melhor que engravidar. Assim o fez. Nasceu Clarice, mas nasceu sem a capacidade de curar sua mãe. Sobre ela pesou essa incapacidade que se foi transformando em angústia « como se contassem comigo nas trincheiras de uma guerra e eu tivesse desertado» diz Clarisse.
Sobre ela pesou a vida toda uma vontade de mergulhar na mais verdadeira solidão. De nunca se mostrar como realmente era.
Mulher bela, deixava uma legião de fãs à sua passagem. Olhos verdes e bochechas salientes, tinha um ar exotico que manteve até à morte. Mas a sua beleza era apenas uma pequena distração para não se reparar na imensa inteligencia que encerrava.
Impossível resistir à tentativa não-vã de conhecer um pouco mais e melhor esta grande escritora que escreveu em Português. Que conheceu apenas um leve sopro de reconhecimento em vida e que hoje, passados 33 anos da sua morte, um verdadeiro assomo de reconhecimento pululam um pouco por todo o lado, mas acima de tudo no Brasil que a acolheu.
Algo me diz que nem vou querer perder tempo a respirar.
A menina está a colocar os seus posts a horas que já eram para estar a descansar....
ResponderEliminarA menina anda com um grave problema de sono. longe vãos os tempos em que conseguia dormir a horas decentes e seguidas. Talvez a idade explique este estado.
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