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quarta-feira, 30 de março de 2011

Uma entrevista pode valer pelo que não se diz

José Duarte é um homem encantador embora isso, para a entrevista, nada contasse. Bastava, e bastou, que soubesse de jazz, falasse muito e bem. Assim foi. Entrei uma e saí outra. Gosto que assim aconteça quando vou entrevistar alguém. Ficar mais rica em conhecimentos. Pode parecer-vos uma treta, mas quero sempre saber mais e gosto que me incutam saberes sem que eu perceba, assim, de mansinho. Gosto que entrem na minha cabeça sem que me aperceba, sem pedir licença. Sou assim, uma gaja em toda a acepção da palavra. Voltando ao Jazzé e à nossa conversa: foi deliciosa. Ele é em si um homem muito interessante e curiosamente, sendo eu uma gaja de direita, vou-me encantando, hoje e sempre, por gajos de esquerda. Continuando uma vez mais… No fim da conversa e já ele me mostrava as paredes cheias, repletas de CD’s, já eu me babava para os mais de vinte CD’s de Nina Simone (que adoro), de Sinatra (oh baby) e etc e tal quando me deu a conhecer a sua filha Adriana. Pega nos seus dois CD e deu-me. Perguntou-me se a conhecia. Disse que não e nem sequer me mandou à merda, limitou-se a dizer: então ouça e diga-me se gostou. Claro que ele não deve ler este blog, nem lhe disse, ainda, o quando gostei, mas a Adriana faz comigo o percurso diário de casa – ama e de ama – trabalho e vice-versa. E canto, e canto e arrepio-me. E gosto muito. Gosto da letra que são da própria. Gosto da sonoridade. Gosto do facto de, ainda por cima, para além de toda a sua profundidade no que escreve ser uma tipa bonita. Aprecio mulheres belas e inteligentes, mesmo aquelas que para não se darem a trabalhos forçados escolham fazer-se passar por parvas.
Adriana é um nome a reter da música portuguesa e cada dia me apaixono mais e mais por uma das músicas. Hoje cantarolo: o meu castelo tem pedras, pedras, pedras do meu caminho, pedras, pedras do meu caminho. Olaré.

Adriana Duarte, embora goste de dizer que é só Adriana. Retira o Duarte por causa dos que não gostam do pai não falarem mal gratuitamente e os que gostam não falarem bem gratuitamente.

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