Páginas

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Há médicos e médicos a ir e a não voltar

Ontem tive de ir a uma consulta por causa do meu pé esquerdo. Na verdade era uma consulta para mostrar uns exames e fui sem vontade alguma. E fui sem vontade porque não gosto do médico. Não que não seja competente, porque deve ser tendo em conta quem me recomendou; não que não explique bem, porque explica tudo ao pormenor. Mas não se estabeleceu nenhuma relação de empatia entre nós. Nem de mim para ele, nem de ele para mim. Como tal, não me apetecia ir. Mas fui. Entrei. Mostrei os exames e mais uma vez ele quer ver o meu pé. Sento-me na marquesa e coloco o meu pé sobre o joelho dele (ele estava sentado num banco). Vê o pé. Mexe nos dedos e a dada altura lá começa a explicar o que ele acha que eu tenho. E aqui é que foi o problema. Enquanto ele falava ia massajando o pé e eu ia perdendo a consciência. De vez em quando lá ouvia ‘matatarsos’ ou ‘pé’, ou ainda’ falanges’, mas aquela massagem estava a saber-me tão bem que não conseguia ouvir com atenção uma frase seguida. Não conseguia seguir o raciocínio. Deixei-o falar. Deixei-me a sentir o quando que um pé tem de erógeno. Acabou. Vim embora. Continuo sem gostar dele. Continua sem gostar de mim. Mas que por minutos esqueci a troika, o orçamento de estado e a aniquilação dos subsídios, juro que esqueci.

Sem comentários:

Enviar um comentário