Ela é competente, muito competente e é chefe. Tem uma equipa que dirige como
se fosse militar. Ninguém se atreve a pedir-lhe para sair mais cedo para ir à
festa do dia da mãe ou a chegar mais tarde porque se atrasou a levar o filho à
escola. Mas é competente, muito. Ninguém consegue ter uma relação mais próxima
com ela, ninguém e ai de quem leve um filho, por meia hora que seja, para o
local de trabalho. Mas é chefe e é competente. Ninguém lhe ouve um telefonema
de parabéns quando fazem anos ou se casam ou até se divorciam, mas é muito
competente e é chefe. Tesa como só uma tipa pequena consegue ser e é fria. Teve
uma funcionária que lhe disse que lhe diagnosticaram um cancro e por isso ia
ter de faltar mais vezes. Reagiu friamente. E nunca lhe ligou a saber como se
encontrava. Mas é chefe e é muito competente. Depois, quando os funcionários
têm de marcar uma consulta não marcam para depois do expediente, marcam bem a
meio da tarde para não porem lá os pés. Não a defendem cá fora e não vestem a
camisola. Tentam nem falar com ela e nem a verem. Temem o confronto. Por isso, só
fazem o que lhes é proposto. Nem mais à frente, nem mais arrojado. Nem melhor. Nem
apresentam ideias novas. Nada. Nada de nada. Mas ela é competente e é chefe, mas a equipa não
a reconhece, não gostam dela e acima de tudo a equipa não existe de forma
coesa. Mas ela continua a ser competente e a ser chefe. E ela nem imagina como deixava de ser chefe e passava a ser Líder se fosse, também, um pouco mais humana, afetiva e soubesse que nada substitui um funcionário motivado. Acho que lhe chega ser chefe e ser competente.
Tenho pena dessa pessoas. Acho que são assim porque são incapazes de sentir amor. E não sentindo também não recebem. Pessoas amargas que acabam sozinhas.
ResponderEliminarNão podia concordar mais embora confesse que pena não tenho. Surge de mim algum desprezo perante tal personagem.
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