Pode o amor
salvar uma mente demoníaca?
Para mim esta é a questão que se coloca desde
o início do filme. Como vive uma mãe que sabe e sente que deu à luz um monstro?
E aqueles miúdos que matam nas escolas, os colegas e professores tiveram pais e
irmãos que os amaram, como se tornaram satânicos? Nasce-se com vontade de matar
e porque o amor parental não consegue desviar os intuitos primários?
Eu sei que
isto são questões e dúvidas em catadupa, que entram em nós e nos provocam um
rodopio e confesso que, no meu caso, acabei o filme com uma valente dor de
cabeça. Na verdade, não sei se alguém consegue ver este filme com um sentimento
de leveza e descontração. Talvez sim, mas não pessoas que tenham filhos ou que
os pense em ter porque o raio da pelicula obriga-nos a questionar a ideia pré-estabelecida
que uma família estruturada não gera seres demoníacos. Achamos que quem comete
atos de loucura (como o rapaz do filme que mata sete colegas e professores na
escola onda anda) só pode ser um miúdo sem amor, sem estrutura familiar, sem,
sem, sem… E a questão é: pode um ser nascer o verdadeiro diabo à solta mesmo
com uma mãe e um pai que o amam muito? Pelos vistos pode e de que forma isso vai
abalar a relação familiar? Como é que uma mãe enfrenta o pressentimento que tem
que a sua cria é má, é o belzebu, é fria e tortuosa? Como? Eu sei que estou a
carregar este texto com questões, mas é isso que este filme faz: obriga-nos a
questionar. E no fim, quando a cria nos leva tudo o que amamos e inclusive nos
leva a vida digna de ser vivida, será que ainda lutaremos por compreende-la?
Será que mesmo aí, no fim de tudo, no reduto de existência com que ficamos,
ainda lutaremos por tentar perceber aquele ser que de nós saiu?
Este é um filme que custa. Que dói. Que dilacera mas que
deve ser visto.

Pode o amor salvar uma mente demoníaca?Pode.Como?Não sei.É tudo uma questão de fé!
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