Fala-se muito em 'lugares seguros'. Usa-se para tudo e mais um par de botas. E cada um de nós tem os seus ou apenas o seu. É aquilo que nos conforta, que nos mima, que não exigindo nada nos dá muito. Dos vários que tenho, um deles é o cinema. Quando me meto no sofá, com a chuva lá fora a embalar a lua e eu, sózinha a rever um ou outro filme que fazem parte da minha vida, é um lugar seguro. Sinto uma paz que é difícil de explicar ou até de quantificar. Acontece o mesmo com algumas músicas (lá está, comigo no sofá e de preferência à noite), mas neste caso menos; Neste patamar posso falar de alguns livros, também eles de braços gigantes a abraçarem-me (podem meter, também aqui, o sofazeco). Não quero ir para questões maiores da vivência humana, como os filhos que naturalmente nos dão o que nunca teriamos sem eles, ou falar do tão badalado amor. Quero mesmo falar de coisas mais miúdas, mais comezinhas mas que têm, na minha vida, grande importância. Por vezes, procuramos fora o que temos em casa. Outras vezes procuramos dentro de casa o que existe dentro de nós e outras vezes ainda não procuramos o que está escondido à espera de ser encontrado. É a vida.
Agora vou ali, para o meu sofá, rever Paris Je t'aime, que simplesmente adoro e é um lugar seguro, meu. Fiquem voces com os vossos se os quiserem procurar.
Sem comentários:
Enviar um comentário