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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Para quem gosta de mexer os músculos… ou não!


A ideia era sentar-me onde estou sentada e falar-vos da boa sensação que tive quando ouvi, na madrugada de sábado, chover. Adoro as primeiras chuvas e tenho para mim que desenvolvi uma pequena paixão pela estação do Outono. Mas o facto de ter utilizado a hora de almoço a andar de bicicleta no ginásio, levou-me a abordar este assunto que, no momento, me obriga a uma maior reflexão do que a chuva. Ora bem, vocês sabiam que as bicicletas de ginásio, aquelas que não saem do sítio, têm uma televisão incorporada? As coisas que inventam sem terem noção como esses avanços em nada nos ajudam. Hoje sentei o cú naqueles assentos horríveis (se querem evoluir, por acaso acho que deviam de começar pelos assentos das bicicletas) e olhei para o ecrã. Botão para a frente, botão para trás e lá me meti a subir e descer uma montanhazinha durante 30 minutos. Ainda fresca carreguei onde dizia TV e pumba, aparece-me assim pela frente a Oprah. Por um lado funciona, porque olhando para o corpo dela dá-nos ganas de pedalar para nunca chegarmos àquele ponto, mas o facto de os programas dela darem na SIC Mulher não é à toa, é porque nós, as mulheres, gostamos mesmo das entrevistas dela, da forma como fala, como desenvolve empatia com os que a estão a ver e a dada altura, estava eu absorta naquilo que ela dizia e apareceu-lhe na testa, ou seja, no ecrã da bike RPM, RPM, RPM. Eu não gosto da Oprah com RPM na testa, toca a pedalar mais e aquilo lá desaparecia e vinha a minha Oprahzinha com todo o seu esplendor, voltar a relaxar e mais uma vez RPM, RPM, RRRPPPMMMM agora na boca. Toca a colocar força nas canetas para desparecer o raio das letras. Depois queria saber como ficou a história das cantoras mãe e filha que se odeiam mas que têm de atuar juntas e aparece a desgraça das minhas calorias perdidas a piscar , eram tão poucas que voltei à carga e mais uma entrevista e aparecia o tempo que me restava, ou seja, aquilo não nos permite fazer o exercício em condições, concentradas e focadas. Não permite mesmo. Ao meu lado a E. corria na passadeira enquanto via o telejornal. Estava numa bolina louca e ficou estupefacta quando viu a percentagem de pessoas que foram detidas em comparação com o ano passado e comentou comigo entre uma baforada e outra. Hoje vai-se para o ginásio e tudo é feito para que pensemos que não estamos lá. E eu penso: se aquilo fosse um sítio bom para se estar, não tinham de disfarçar, certo? A E. diz que não é assim, que um dia vamos sentir necessidade de ir correr, ou andar de bicicleta, ou malhar a sério para que fiquemos bem-dispostas, eu confesso que fico mais sorridente quando não vou, mas tenho esperança no futuro. É tudo um processo de aprendizagem, olhem, por exemplo, numa semana já aprendi aquilo que ninguém nos ensina: nunca ir para o ginásio correr ou fazer uma aula de fio dental. Não é comodo, não é prático e pode causar mais desconforto do que aquele que já sentimos para estar a mexer músculos que nem sabíamos que tínhamos. Quem é amiga, quem é?  

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