Na sexta-feira fui a uma cerimónia de tomada de posse de uma
associação da qual falarei um dia destes. Durante a cerimónia, houve um momento
musical simplesmente maravilhoso. Uma rapariga com um vozeirarão daqui à china
acompanhada de um contrabaixo cantava Diana Krall (Dady e Jorge Vasconcelos,
fixem estes nomes porque vão ouvir falar deles). A sala estava muda e vi, em
alguns olhos, comoção. A dada altura a moça cala-se assim a meio de uma música.
Cala-se para pegar numa folha e dizer:
- Desculpem, mas eu
tenho de fazer isto bem! Eu ensaiei e sei que consigo fazer bem e esta música
merece que o faça de forma correta.
E da mesma forma que parou, recomeçou. Houve um pequeno
burburinho. A cerimónia era oficial e houve, por ali, algum desconforto e eu
simplesmente tive vontade de bater palmas. Dizer-lhe que poucos têm a coragem
de assumir que estão a ir mal. O mais comum seria, certamente, engonhar, meter
umas oitavas a cima, ou umas oitavas a baixo, disfarçar e seguir em frente como
se nada tivesse acontecido. Estou certa que metade da sala, já para não dizer a
sala toda, jamais iria perceber. Mas ela quis parar. Ela sabia que não estava a
ir bem. Parou. Assumiu e recomeçou. Para mim, aquilo foi uma lição de
humildade. Uma lição que só algumas pessoas conseguem dar porque só algumas
pessoas conseguem perceber que insistir no erro pode ser um erro bem maior. Era
bom que se aprendesse com a lição. Eu aprendi. Eu gostei. E tentarei parar de
cada vez que sentir que o caminho não é este.
E eu precisava de ler este texto e saber que ainda existem pessoas assim ...
ResponderEliminarObg.!
;) é bom saber isso, é mesmo!
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