Os
meus dias da semana são vividos de forma milimétrica. O despertador toca sempre
às 07h53 e levanto-me às 08:02. Embirro com os números certos e acho que dão
azar. Enfim. Arranjo-me do desconcerto de uma noite de sono e às 08:30 estou a
acordar a minha filha a vesti-la e a dar-lhe a papa. Saímos de casa e quando
entro no carro são entre as 08:50 e as 08:53. Milimetricamente assim. Às 09:00
está na escola e dez minutos depois estou no trabalho. Pelo caminho vejo quase
sempre uma senhora com um filho na paragem do autocarro perto da escola da
minha filha e vejo sempre os mesmos vizinhos a saírem de casa. Quando me atraso
cinco minutos, tudo se atrasa. não reconheço as rotinas de ninguém e isso chateia-me. A partir daí é um dia sempre conometrado e é
quando chega a esta hora, depois das 22h, depois do jantar, do banho, das
historias e de tudo e tudo, que finalmente volto ao silêncio do meu dia que ficou algures nos lençóis da manhã.
Estranho, inicialmente. Fico expectante no sofá e deixo-o entrar na carne e nos
ossos. Depois começo a relaxar e penso no que vou fazer com o resto do meu dia:
ler, ouvir musica, escrever ou ver um filme. Nunca é muito diferente disto e
isto sabe-me pela vida. Gosto das minhas rotinas, preciso delas para o meu
equilíbrio, mas também gosto que, de quando em vez, venha uma rajada de vento e
me desarrume. Mas só de quando em vez.
Gostei tanto...
ResponderEliminarBeijinhos