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domingo, 9 de junho de 2013

A arte de dormir

Como aos 18 anos tive um acidente gravíssimo de mota que me fez passar longos meses de cama e depois, aos 30, uma patologia grave da coluna impediu-me de andar e voltei uma temporada para a cama, aprendi ou adquiri a capacidade de dormir, que nessas alturas ajuda imenso a passar o tempo. Sou eximia na arte de hibernar umas 16 horas\dia a dormir. Naturalmente que não o consigo fazer no dia a dia. Trabalho, sou mãe e no fim do dia restam poucas horas para esta arte que sei, tão bem, manejar, mas quando me deparo com 4 dias de descanso pela frente organizo as coisas de forma a conseguir, pelo menos num dos dias, estar mais tempo a dormir do que acordada. Não foi hoje, mas será amanhã. A filha ficou na avó e eu espero daqui a pouco deitar-me para acordar de manhã para um copo de leite, voltar a dormir e acordar para uma peça de fruta, voltar a dormir e depois, no fim do dia estar fresca, como se tivesse feito um lifting ou colocado botox nos olhos de forma a estar esticadinha. Eu sei que me vão dizer que dormir é perda de tempo e  coisa e tal, mas eu acho que só é perda de tempo aquilo que não nos dá prazer. E nisto de dormir eu vou acumulando necessidades. Viro um camelo do sono até ao dia que tenho de voltar a encher-me de horas e horas deitada. talvez este fosse o segredo por ter superado as duas alturas de cama da forma que superei. Não retiro delas nenhum drama existencial, pelo contrario, moldaram-me e tornaram-me uma pessoa melhor. Melhor e mais dorminhoca, mas melhor, sem sombra de dúvida

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