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domingo, 8 de dezembro de 2013

A Vida de Adele


O filme A Vida de Adele é um murro no estômago ao mesmo tempo que é uma ode ao amor mais carnal, mais normal, mais belo, mais doloroso, mais dramático, mais infantil, mais adulto, ou seja, possui os ingredientes que, quem já amou, sabe de que consta esse prato.

Adele é uma miúda no início do filme e uma mulher no fim (sim, também é um filme sobre a descoberta sexual, que não começa necessariamente com a primeira relação sexual… A descoberta pode-se dar bem mais tarde ou mesmo nunca acontecer). Se no principio achava que era heterossexual, no fim sabe apenas que ama independentemente do sexo do objeto amado (aqui objeto como Ser). Adele vive numa sociedade que ainda se rege pela norma de homem-mulher, como se o amor ou a tusa, ou o tesão ou o sexo não pudesse ser igualmente ‘normal’ entre duas mulheres (ou dois homens). Mas um dia, num belíssimo momento do filme, após uma não menos bela apresentação de uma aula de literatura sobre o amor à primeira vista, Adele, ao atravessar uma estrada, apaixona-se por um ser, por acaso, apenas por mero acaso, esse ser é uma outra mulher.

O filme mostra o desenrolar da paixão, da descoberta da sexualidade de uma e do arrebatamento da outra. E mesmo quem, como eu, não tem nenhum preconceito relativamente à homossexualidade, fica-se derreado com a certeza absoluta de que quando se ama, o amor é igual a todos os outros ditos mais normais. A fase da paixão, da descoberta do prazer do seu corpo, do outro corpo, as dificuldades em viver-se a dois, o ciúme e mesmo as fases de declínio. É, em absoluto, tudo igual. E o curioso é que, no fim, dificilmente vemos um filme como duas lésbicas, mas sim como dois seres que se amaram e que fizeram um percurso que, muito provavelmente muitos de nós já o fez.

Eu que sempre gostei de filmes franceses vejo-me deliciada por, nos últimos anos, os dois filmes que mais me marcaram serem europeus (de frança): Pequenas Mentiras Entre Amigos e A Vida de Adele.

Fui com a Marta e às três horas de duração do filme juntaram-se mais duas em que não conseguimos deixar de falar o quanto ele nos marcou, nos deliciou, nos intrigou e nos deleitou.

Atenção: a pelicula contem sexo explicito, se é uma pessoa pudica, fique em casa a ver o Portugal dos Pequeninos na TV.
 
Eu e a minha amiga Marta depois da 'sova' do filme
 

2 comentários:

  1. um post que fala de cinema francês, que refere o filme "Pequenas Mentiras Entre Amigos" e que aconselha um filme sobre o amor e a paixão, é um post perfeito. :)

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    1. Partilhamos gostos e esta é uma boa partilha. Até porque nãohá muita gente a gostar do cinema frances. obrigada

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