Os meus pais não fazem a mínima
ideia do que é um blog. Eu digo que tenho um e eles aquiesçam com a cabeça e
depois seguem para um outro assunto. Quando disse que do blog iam sair uns
textos para um livro com duas amigas, quiseram saber quem eram as amigas. Porque
a amizade é que importa ‘vejam lá se continuam amigas no fim de tudo’, foi o
conselho. Não lhes importam os textos. O que escrevo ou não escrevo. Quando
lhes disse que se lessem o livro iam ficar um pouco aborrecidos porque eu às
vezes escrevo umas asneiras, minha mãe disse: e que necessidade tens? E logo o
meu pai defendeu: isso são coisas dela. É assim. Eles vivem em Trás-os-Montes,
sabem de cor as regras da natureza para os vinhedos. A minha mãe percebe melhor
do que um Adria Ferran qual a temperatura perfeita de um forno de lenha para
assar determinado cabrito; meu pai olha para as uvas ainda nem bagos tem e
antevê doenças ou felicidade; minha mãe consegue remendar umas calças de ganga
com estilo. E faz a melhor sopa do mundo, já para não falar nos legumes
salteados. Meu pai manda-me pelo autocarro cerejas para que eu não tenha de as
comprar aqui ‘e não têm produto’, acrescenta, pagando um balúrdio. Não sabem o
que é um blog e desconfio que ainda não me leram. No entanto, tenho os melhores
pais do mundo, porque sabem quando o terreno é deles, quando é nosso e quando é
apenas meu. Sem interferências. E posso continuar a dizer asneiras porque ‘são
coisas minhas’, não é papá?!
É mesmo assim, esse amor incondicional, gratuito e maravilhoso!!!
ResponderEliminarUm beijinho!
amor de pais, não é? :)
Eliminarbeijinhos
As minhas também já me chegaram de Sendim pela rodoviária. São biológicas, dizem eles. Parabéns pelo blogue. Regina.
ResponderEliminarRegina, obrigada. E fique por aqui, que eu vou gostar. beijinhos
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