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quarta-feira, 14 de maio de 2014

o que vamos aprendendo


Não interessa como nem porquê, mas ela morreu. Era minha amiga e morreu. Eramos demasiado novas para sobreviver quanto mais para se morrer. Mas morreu e aquilo que aprendi foi que nunca lhe disse que gostava dela e que devia ter dito. Não queria tê-la perdido apenas para que eu tivesse uma lição. Mas perdi. Aprendi. Creio que, por isso, passo a vida a dizer que gosto de quem gosto. Faço de mim uma pessoa meia mariquinhas neste afeto todo que, às vezes, pode irritar. Mas nunca me chateou que irrite. Perdi uma amiga e isso irrita muito mais. Por isso digo que gosto. E passando dos quarenta  (pouco) pergunto se gostam de mim. Como digo e não ouço de volta, questiono. Sabe-me a bálsamo fresco em dias de verão a roçar os 40 graus (colocava aqui o símbolo mas não sei onde ele anda no computador). Só pergunto a quem sei que gosta de mim. Batota, pensarão, mas não é nada disso. É normal que eu goste de quem gosta e que quem gosta de mim me faça gostar. Não é batota, é normal. Pena não ser normal dizer de quem se gosta. Eu digo. Digo porque ela morreu sem que eu lhe tivesse dito.  

8 comentários:

  1. Gosto, mesmo sem conhecer bem. Se precisasse de motivo diria que gosto, porque gostas de pessoas que gosto muito. E só por isto vou ligar à minha mãe ... Não lho digo vezes suficientes.

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    1. obrigada. E esse é motivo mais do que suficiente e quanto à mãe, nunca dizemos as vezes que devemos, nunca porque nunca é demais. Obrigada e beijinhos

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    2. Sabes que sim! E o que gosto essa energia e frescura que passas sempre que me dizes com dia com um sorriso na cara! Beijos e gosto de ti!

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  2. Também gosto muito de ti (perdão pelo "tu", mas tb já faço 40 este ano...), de te ler, da tua força. da tua alegria, da tua entrega (aos sem abrigo, porque foi isto que me fez voltar cá muitas vezes depois da primeira... aliás, há muito q n falas deles!). E acho que és uma mulher muito bonita e só de ver o teu sorriso vê-se sinceridade.
    Eu sei que não nos conhecemos pessoalmente, mas eu já consegui ver isso. Portanto gosto, mesmo que não possas dizer o mesmo de mim porque n me conheces e eu n tenho blog nenhum. Mas pronto, eu fico feliz por dizer q gosto de ti.
    Alexandra (a do Porto)

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    1. Alexandra, muito obrigada. Tento ter força, nem sempre tenho e alegria que tb por vezes falha, mas a vida é assim mesmo.
      Obrigada e adoro o Porto. Esse nevoeiro encaixa na perfeição na minha melancolia. E esse douro é o rio mais belo de todos.
      beijinhos

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  3. Quando tinha 15 anos, a minha bisavó morreu. Eu gostava muito dela, porque me deu a conhecer a Alegria e soube fazer-me ter a certeza que isso seria o mais importante para mim. Quando ela morreu, eu era nova e demasiadamente preocupada com as minhas coisas. Com 15 anos, tive de aprender a crescer e a vida ensinou-me a ser muito maior pouco tempo depois. Nunca lhe disse o quanto ela foi (é) importante para mim e para o meu crescimento e, por isso, entendo-te perfeitamente. Gosto das pessoas e desde essa altura que o digo, sem fronteiras. Não soube dizer-lhe o que sentia na altura certa, soube aprender com erros. Há um ano atrás, decidi mostrar à minha bisavó o quanto gostava dela e escrevi o meu primeiro conto, Eunice, inspirado na história dela, uma mulher que sabia ser. E nunca mais parei de escrever.
    Quanto a ti, minha querida, sabes que te gosto muito, muito. :)

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    1. é isso, o mais importante é aprendermos com os erros. Pior é quando não aprendemos.
      Gosto de ti e anseio ler o teu livro

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