Às vezes
sentava-me no sofá e punha-me no facebook e via a Eduarda ou a Ana ou a Marta a
correrem. Não eram elas que me diziam mas a nike, num programa catita que me
informava dos quilómetros. Depois incentivavam-se mutuamente e eu ficava de
rabo grande e pesado no sofá a ver aquele espetáculo diante dos meus olhos.
Elas tinham sido picadas pelo bichinho das corridas. Eu não. A dada altura
começou a incomodar-me. Dizia para mim mesma que as próteses que tenho na
coluna me impediam de correr. Mas no fundo, no fundo, sabia que mesmo sem próteses
a vontade que deveria de ter de sair do sofá e ir correr seria abaixo de zero.
Andei assim uns tempos. A marinar a ideia que devia fazer alguma coisa pelo
corpo e cabeça, que a vida sedentária que levava não me dava saúde. Em tempos
tinha experimentado uma aula de Sh’bam, porque entendi que como adoro música, a
coisa misturada com uns exercícios certamente que se fazia bem. Mas foi
doloroso de viver e de sentir, principalmente porque não levei um soutien
adequado e quando descia as mamas subiam e quando subia elas desciam. E a
verdade é que parecia sofrer de uma doença neurológica porque não consegui, em
45 minutos, coordenar as mãos e as pernas. Era como se cada perna e cada mão
tivesse um hipotálamo que os mandava fazer o que lhes apetecesse. Talvez por
isso é que no dia seguinte, à Eduarda lhe doía nos sítios que devia doer e a
mim doía-me a cabeça. Quando pedi à Ana para me levar a uma aula de zumba, as
expetativas de gostar eram nulas, apenas esperava sobreviver. Achava que podia
dar-me ao luxo de continuar no sofá se, ao menos, mostrasse a mim mesma que
andava em busca do meu desporto, daquele pelo qual me iria apaixonar. Aquele que
me fizesse sair de casa e ir suar. Fui. Dei por mim numa sala com umas 30
mulheres e um homem. Magro, muito magro e com sensualidade zero. Nos primeiros
dez minutos entretive-me a observá-lo. A Zumba alia desporto aeróbico com música/danças
latinas que requerem alguma sensualidade. O coitado não tinha nenhuma. Abanava
a anca como se a sua vida dependesse disso, mas não conseguia fazer de forma
leve, natural e depois… esqueci-me dele. A verdade é que depois entrei no
ritmo. Dei por mim a saltar, a suar, a rir, a levantar braços e pernas e a
chegar ao fim ainda a falar. O que gostei mais, confesso, foi ter saído da aula
contente, a rir, com vontade de abraçar o mundo. Aquilo predispõe. Alegra. E
estou ansiosa por amanhã, para a segunda aula. Não sei se esta gana vai acabar
ou se um dia destes dou por mim a comprar roupa gira, como a da Ana, para
zumbar com estilo, mas começo a acreditar que há esperança para mim.
Também ando com uma enorme curiosidade de experimentar essas coisas dançarinas, oh se ando! A minha médica é uma chata e diz-me que não posso correr, mas isso há-de deixar... A ver vamos se a convenço ;)
ResponderEliminaro meu medico tem uma teoria que adoro. ele diz: faz tudo o que te apetecer e para quando doer. Respeita o teu corpo. E é o que faço... :)
EliminarAté eu já estou com vontade.... e a parte de comprar roupa gira.... isso então ainda melhor ! ;)
ResponderEliminarNa verdade tu sabes que eu hoje tentei comprar roupa para o zumba, mas... :)
EliminarEu "zumbo". Adoro e recomendo. Alegra o corpo e a alma. Quanto á roupa gira, essa já é mais dificil de encontrar... Continuo à procura.
ResponderEliminaré isso mesmo, alegra o corpo e a alma. quando encontrarem a roupa gira, avisa. Beijinhos
EliminarEu tb não posso correr, ou saltar e detesto máquinas... Acabei por ir experimentar fazer Zumba e AMEI :-) Claro que nas 1ªas aulas a minha descoordenação era total :-) Mas como adoro musica, dançar, e as aulas são divertidissimas fui ficando, ficando... :-) PS: Teres bons professores e divertidos é muito importante. Eu faço no Holmes Place do Parque das Nações com a Inês e o Daniel
ResponderEliminarPois, os professores fazema diferença. A minha (que não sei o nome) é excecional. Cheia de energia e com uma dinamica que entusiasma. Eu estou a fazer na Virgin de oeiras:)
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