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terça-feira, 5 de agosto de 2014

há pielas que curam, não da doença, mas da vida



Há um hospital em França, que vai abrir uma unidade de vinho na sua unidade de cuidados paliativos. Segundo a médica Virginie Guastella, os doentes em fim de vida têm o direito a serem felizes e a se divertirem.

Que estamos todos na linha de montagem para a morte, já se sabe. Acontece a partir do momento em que nascemos. Mas essa inconsciência de quando será, leva-nos a uma vivência mais ou menos normal. No entanto, se um dia tivesse uma doença que me levasse a uma fase terminal, onde soubesse que o que me restava eram os cuidados paliativos, eu gostava muito de ter acesso a um bom vinho. Gostava mesmo. Na verdade, eu gosto de ter acesso a um bom vinho no dia-a-dia, mas se o túnel fosse assim para o fechado, ah, gostaria de apanhar umas boas pielas, rir-me da situação ou mesmo chorar como se fosse um bebé. Deixar que o filtro social à força do álcool afrouxasse e me deitasse, de quando em vez, com o teto a rodar e a cama a flutuar. Já estou a imaginar as vozes do contra, mas estou em crer que quem o faz nunca na vida sentiu o verdadeiro prazer de beber um bom vinho, num fim de tarde, a olhar para o céu azul. Há prazeres que nos engolem de tão prazerosos. É quase sexual.

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