Há
um hospital em França, que vai abrir uma unidade de vinho na sua unidade de
cuidados paliativos. Segundo a médica Virginie Guastella, os doentes em fim de
vida têm o direito a serem felizes e a se divertirem.
Que
estamos todos na linha de montagem para a morte, já se sabe. Acontece a partir
do momento em que nascemos. Mas essa inconsciência de quando será, leva-nos a
uma vivência mais ou menos normal. No entanto, se um dia tivesse uma doença que
me levasse a uma fase terminal, onde soubesse que o que me restava eram os cuidados
paliativos, eu gostava muito de ter acesso a um bom vinho. Gostava mesmo. Na
verdade, eu gosto de ter acesso a um bom vinho no dia-a-dia, mas se o túnel fosse
assim para o fechado, ah, gostaria de apanhar umas boas pielas, rir-me da
situação ou mesmo chorar como se fosse um bebé. Deixar que o filtro social à força
do álcool afrouxasse e me deitasse, de quando em vez, com o teto a rodar e a
cama a flutuar. Já estou a
imaginar as vozes do contra, mas estou em crer que quem o faz nunca na vida
sentiu o verdadeiro prazer de beber um bom vinho, num fim de tarde, a olhar
para o céu azul. Há prazeres que nos engolem de tão prazerosos. É quase sexual.
Sem dúvida!
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