Páginas

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

o que vou aprendendo com a maternidade


Ser mãe de primeira viagem (e creio que de segunda e terceira também terá o seu quê de aprendizagem) é ir aprendendo na precisa medida em que a minha criatura cresce. Não sou muito de ideias pré-feitas e levo à letra, tanto quanto posso, o ensinamento que o saudoso pediatra Luis Pinheiro disse na nossa primeira consulta: em caso de dúvida, ouça sempre o seu instinto, ele diz mais da sua filha que qualquer livro que leia. E faço isso. Faço mesmo. Até agora tenho-me dado bem. Quando organizei o meu escritório, resolvi deixar libertas as prateleiras rentes ao chão para que ela colocasse lá os livros dela. É o nosso espaço, espaço da família, não apenas o lugar dos adultos. Ela vai amiúde para lá, escolhe o livro que quer e senta-se, com perninhas à chinês como lhe ensinou a sua educadora e fica lá, horas a vaguear nas suas histórias de encantar. Quero que o seu mundo seja muito para além do seu quarto. Puxo-a cada vez mais para o meu mundo, não incentivando a uma anulação do seu mas como complemento. Levo-a para a cozinha e ela gosta de me ajudar a cozinhar. Descasca ovos cozidos com mestria. Mexe bem a massa de bolo e adora lamber o que resta como eu gostava quando era miúda. Talvez por tudo isto, ela adora ir ao meu trabalho. Pede-me que a leve até ao sítio dos computadores. Gosta, embora se conte pelos dedos de uma mão, as vezes que a levei. Ontem fiz-lhe o gosto e levei-a. E ela andou a distribuir sorrisos pelos meus colegas e por fim, há a fotografia da praxe que o meu colega Carlos Santos tirou. Ela hoje perguntou-me pela fotografia. Disse que ainda não a tinha. Ela disse que gostava de a ver quando a tivesse. Aqui fica para mais tarde recordar. A minha filha no mundo dos adultos. Depois, quando a  noite chegar, sento-a no meu colo e acedo a este blog e mostro-a. Falamos um pouco e sei que ela vai rir. Vai gostar de ser ver. E se há alturas em que me apetece fechar esta ‘loja’, o facto de aqui arquivar o nosso dia-a-dia, diz-me que jamais o farei.  


3 comentários: