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quinta-feira, 25 de setembro de 2014

o que esperamos quando vamos ao cinema?

Num Outro Tom é um filme que está por aí a granjear más críticas. Ai e tal está cheio de clichés, dizem os críticos de cinema. Mas afinal o que é que queremos de um filme? Que nos predisponha? Que nos eleve? Que nos faça sair da nossa vida? Que nos aumente a cultura? Que nos faça rir? Que nos faça sonhar? Que, que que... Os filmes, tal como a música e os livros, os espectáculos, até o mar, servem para muitas coisas. Todas ligadas ao sentimento. Puxam para cima ou para baixo, muitas vezes puxam para os lados. E a verdade é que o filme Num Outro Tom  está cheio de clichés, mas que mal tem? Qual o problema dos clichés? Porque é que os filmes para terem boas críticas têm todos de ter um pouco de Fellini? Ou Orson? Às vezes as coisas assim para o primitivo, para o sentimentaloide, predispõe, faz-nos uma ponte na nossa vida, faz-nos sonhar. Eu fui ver o filme e gostei. Não saí de lá a achar que era uma obra-prima, que não é. Não saí de lá a achar que tinha de comprar o DVD para rever em dias chuvosos agarrada ao meu cobertor, que não saí. Não saí de lá a achar que daqui a um ano ainda me vou lembrar dele, que não deve acontecer, mas saí alegre e feliz. E alimentou-me o sonho. O romance. Soltou as endorfinas (já que não corro…). E é isso que muitas vezes quero quando pago o bilhete de cinema. Que faça o tempo voar. E fez. E bastou-me. Se calhar sou assim pro facote e uma sentimentaloide. Presente. Mas basta-me, num filme, que me faça feliz por hora e meia. E fez. 



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