O que tenho para vos contar já
se passou há uns três meses.
Estava eu numa bomba da galp (gosto de
gasolineiras que tenham cartões direccionados para as mulheres, cor de rosa e
tudo) quando me deparo com a Anabela Mota Ribeiro, que eu simplesmente adoro,
na capa de uma revista. Estranhei. Ela é uma mulher discreta. Não me lembro de uma entrevista a ela, não me lembro mesmo. Creio que um dia li que ela não acumulava nada em casa, que dava sem problema aquilo que os outros gostavam e que era dela. Não sei se sonhei... talvez esteja a fazer confusão... sei lá... Importa dizer que tenho uma
admiração muito grande por ela. Para além de ser minha conterrânea nutro uma
pequena grande dor de cotovelo pela forma como ela conduz uma
entrevista. Por isso, nem hesitei. Comprei a revista e abalei para casa o mais
rápido que consegui. Deitei-me no sofá a folhear. Sabem aquela sensação de
curiosidade que parece alimentar o pensamento? Estava assim. Corri a revista de
fio a pavio e não vi a entrevista. Voltei ao início da revista, desta vez mais
calma, folha após folha e nada. Respirei fundo. Vi de novo. Nada de nada. Olho
para a capa e vejo que afinal não era a Anabela Mota Ribeiro mas sim a Roberta
Medina. Era a Roberta Medina na capa. A Roberta Medina, meu Deus! Nesse dia,
quando fui ao facebook, deparo-me com um post da Anabela e resolvi contar-lhe o
sucedido por mensagem privada. Não costumo dar-me a estas ousadias com quem não
conheço, mas achei que tinha de partilhar com ela o que me tinha acontecido. Foi
muito gentil. Respondeu logo. A dizer isso mesmo, que se riu ( e a achar-me uma
tonta, mas isto ela não disse). Aproveitei para lhe dizer que ela devia
reeditar o seu livro ‘O sonho de um curioso’ que não consegui encontrar nenhum
exemplar não obstante da busca que encetei há já vários anos. E eis que ela,
pura e simplesmente, me ofereceu o seu livro devidamente autografado. Dei por
mim a aguardar o correio como se uma miúda em véspera de natal se tratasse. E
quando o correio me trouxe a encomenda, depois de anos e anos a apenas trazer
contas e noticias pouco aguardadas, dei por mim a agarrar o envelope, a abraçá-lo
e a abri-lo com cuidado como se de uma jóia se tratasse. E era mesmo uma jóia. Uma jóia minha.
Obrigada Anabela. Prometo não
perder a curiosidade.
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