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terça-feira, 3 de março de 2015

Quando as mulheres são sexistas para com outras mulheres

Siri Hustvedt (que eu adoro a clarividência de pensamento) contou no programa O Valor da Liberdade, que passa na SIC Noticias (palmas para este programa), sobre uma experiencia que ela leu recentemente no New York Times. Contava ela que essa experiência consistiu no seguinte: dois académicos mandaram a mesma carta a 6500 professores universitários dos EUA, homens e mulheres, de universidades prestigiadas de todo o país. Era uma carta de um aluno hipotético a pedir informações acerca de um doutoramento. A única diferença estava nos nomes associados. Uns eram masculinos ou femininos, em diferentes etnias, nomes que soavam hispânicos, a afro-americanos, a asiáticos. Descobriram, pelas respostas, que essas pessoas altamente instruídas, preferiam largamente o nome que soava como branco e masculino. Tratava-se de homens e (pasmem-se) mulheres. Siri conclui que ‘as mulheres também são sexistas, as mulheres também são joguetes do sexismo e racismo mais subtis. É muito desencorajador, claro. A única maneira de mudar isto é torna-lo consciente. E a única maneira de o tornar consciente é mantendo um diálogo cultural constante sobre como vemos os outros’.

Esta é a minha maneira de ajudar a tornar consciente o que ainda se passa em pleno século XXI. 


(quem quiser rever este maravilhoso programa: https://www.youtube.com/watch?v=lPxTWf94boY )

1 comentário:

  1. Este post é mesmo muito interessante. E é um assunto em que muita gente tem medo de pegar, porque "só os homens é que são sexistas e quem diz isso das mulheres ou é homem ou é uma cabra, que é o que as mulheres são umas para as outras".
    Por isso, parabéns.
    Eu também obverso isso. E acho que quanto mais "atrasado" o meio, por mais "avançado" que pareça, pior é a doença. E temos que parar. TODOS.

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