Estou quase a fazer anos. Já
não sei o que isso significa. Passei por todas as fases ao longo da vida quando
esta data se aproximava: euforia, ansiedade, curiosidade, desejo, tristeza… e
desta vez nada disto se passa. Não tenho expetativa. Não quero nem deixo de
querer. É uma data. Não espero nada de ninguém. Não construo castelos de areia
na cabeça e isso é bom. Alivia, serena-me. Tenho vontade de rir quando penso
que durante anos e anos desejei que me fizessem uma festa surpresa. Dei dicas.
Sugeri entre linhas. Fora de linhas. Depois das linhas. Só faltou eu fazer uma
festa surpresa para mim mesma. Não sei porquê, mas acho que quando nos damos ao
trabalho de organizar algo para alguém, está nesse ato um amor, uma amizade, um
sentimento… tem tudo a ver com a minha profunda e incurável insegurança. Agora
estou em paz. Não é bem. Não é mal. É em paz. Sei o que vou fazer nos meus
anos. Vou pegar na minha filha e vamos para um hotel a sul, com piscina
interior para brincarmos juntas. Quero marisco e vinho branco ao jantar. E se
ela quiser chocolate, terá chocolate. E queijo de entrada. Muito queijo. E presunto.
Fino, muito fino. Um pequeno-almoço faustoso, com ovos mexidos, café, compota e
uma vista de mar. Adormecer ao lado dela. Acordar ao lado dela e já ter 45
anos. 45 anos e mais um kilo, ou dois. Passar o dia a ouvir ‘e isto é assim
porquê?’ ‘E aquilo? ‘E aqueloutro?’ E responder com paciência. Com calma. Desligar
o telemóvel. Ficarmos só as duas com o sol a bater na pele e a alma a curar-se
dos 44…
Este ano faço 44... e quero... não sei!
ResponderEliminarTenho saudades das suas sugestões de leitura!
Beijinhos
Prometo que em breve coloco as minhas sugestões de leitura. Estou a voltar a entrar nos eixos:)
EliminarQue os seus 44 sejam melhores que os meus
beijinhos
Faço amanhã 44 e revi-me no que escreveu...que os seus 45 sejam melhores que os 44 :)
ResponderEliminarGisela, que tenha uns maravilhosos 44 anos. e que sejam bem melhores que os meus 44. beijinhos
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