Já não penso noutra coisa:
comida indiana. Estou assim - penso e sonho com pratos indianos. Se me surge a
possibilidade de comer um qualquer prato indiano, logo arrebito de uma certa
letargia que me atacou profundamente há uns meses. Tenho tentado evitar ir à
FNAC, pois se lá vou, certamente que dou por mim a vasculhar um livro de
receitas indianas que não resistirei a comprar. Prometi à minha filha que a próxima
compra será um televisor maior do que o que temos. Mas eu não vejo televisão. E
como. E como muito. E adoro o raio da cozinha indiana. Quando era mais nova
tinha obsessões por cantores, atores, pessoas, gente mais ou menos inacessível,
malas, sapatos, vestidos; agora é por comida. Ainda não gosto da minha casa
pelo metro quadrado de cozinha que tem. Precisava dela maior. Podia ter menos
quarto, ou casa de banho, ou mesmo varanda mas mais cozinha. Uma cozinha que desse
para meter mais uma mesa e onde conseguisse ter vasos com cheirinhos e uma
garrafeira. Uma grande garrafeira e mais bancada para os meus devaneios… Durante
anos a comida indiana não me dizia nada, se calhar por ser vizinha de uma família
de indianos que eram pouco afáveis. Mistura-se tudo dentro de mim. Mas agora deleito-me
e fico a sonhar com lentilhas de caril, frango em molho de natas e sou capaz de
elevar-me só assim, pela gula, pelo palato.
Ontem ao chegar a casa
deparei-me, entre as contas para pagar na caixa do correio, de um panfleto de
comida indiana ao domicílio. Bastou isso para sorrir. Não pedi. Fiquei-me pelo
empadão de peixe que prometi à minha filha, mas fi-lo a pensar em Tikka Chicken
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