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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

As cornucópias de Alcobaça levam-me ao delirio.

Talvez ande a dormir pouco e isso me torne insane, mas hoje acordei com uma ideia que se não é fantástica é, pelo menos, deliciosa: deviamos de propor a nossa docaria conventual a patrimonio da humanidade. Tal como fizemos com o Fado (embora ainda não saibamos os resultados). E isto tudo porque me lembrei que que a feira de doces conventuais de Alcobaça está à porta e eu, INFELIZMENTE, não vou poder ir e comer as cornucópias que me elevam a um estatuto de plena felicidade. Comer até ficar com o doce pegado na garganta e ter de regurgitar para conseguir falar em condições. Comer até ficar enjoada e só me voltar a  lembrar delas passado um ano. Comer e ver a pular em mim a celulite de contente. Talvez o unico momento da minha vida em que comungamos da mesma felicidade. Começar a  comê-las devagar para saborear e não conseguir. Comer três ou quatro cornucópias e depois pedir café sem açucar a pensar na linha. E comer bife de frango só com limão. E uma sopa sem batata. E beber de empreitada 3 litros de água na esperança que limpe o organismo e os açucares. As cornucópias deste mundo merecem todos os sacrificios.
E sabem qual é o problema? É que agora que me lembrei delas, nada nem ninguém me consegue tirá-las da cabeça.
vou pedir ajuda à Clarice Lispector.

24 comentários:

  1. Felicidade é ir ao Xico de São Manços,saciar a fome com as entradas e a seguir comer a sopa de cardo selvagem com bacalhau enquanto se aprecia a alentejana que serve à mesa,alta ,peituda e garbosa e que pisa de uma maneira que parece,com o devido respeito, uma égua de cortesias.E a seguir fechar com uma encharcada!!!!e evitar nos dias seguintes ouvir falar de colesterol ou excesso de peso!!!!

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  2. Apanhei-teeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee! ehehehehehehehehe

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  3. A sugestão da menina parece-me muito bem e confesso-lhe que nunca tinha pensado nisso:a doçaria conventual candidata a património da humanidade:porque não anima uma petição a partir deste seu blog?
    Jorge Soares
    Ílhavo.

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  4. Quem sabe não faço isso. E olhe que sendo de Ilhavo começo a salivar só de pensar nos vossos ovos moles... Ui. Meu pensamento agora saltou das cornucopias para os ovos moles de Aveiro... Jorge, vou pensar seriamente na sua sugestão. Acho que precisava de uns ovinhos para me inspirar!

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  5. Sou o Jorge de Ílhavo, mais concretamente da Gafanha da Nazaré. Sei bem dos doces a que se refere que minha avó confeccionava e que depois minha mãe e tias continuaram. Depois fiz tropa em Lamego e gostava muito de um broa que por lá se fazia. Hoje quase toda linha de doçaria está comercializada e nem sempre com a qualidade desejada. Desculpe-me a pergunta: para além de gostar e de apreciar a doçaria conventual sabe confeccionar alguma especialidade? O meu talismã vai para os doces que levam amêndoa ou gila e ovos. Mas eu só sei comer. Não sei fazer. E a menina?
    Jorge Soares,
    Ílhavo

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  6. Já me esquecia.Sou outra vez o Jorge.Posso enviar-lhe uns ovos moles para se inspirar.Qual é mesmo a sua morada?
    Jorge

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  7. Jorge, as boas noticias é que a broa de Lamego, se é a que eu penso, ainda se fazem e continuam boas. Mas em Lamego temos mais coisas deliciosas como as bolas de bacalhau ou sardinha que se não são unicas, eu não conheço melhores.
    Quanto ao eu saber fazer doces conventuais, pois, para defesa do meu querido figado, não sei e nem quero saber. Teria de colocar banda gástrica ao fim de pouco tempo.

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  8. A menina que me desculpe mas pedi a uma das minhas tias a receita dos ovos moles.Pode ser-lhe útil:


    Ovos-Moles de Aveiro


    Ingredientes:


    8 gemas de ovos
    300 g de açúcar
    60 g de farinha de arroz
    Confecção:

    Leva-se o açúcar ao lume com um copo de água e deixa-se ferver até fazer ponto de espadana (117º C).
    Entretanto, dissolve-se a farinha de arroz em 1,5 dl de água fria. Adiciona-se o açúcar a esta solução e leva-se a mistura a cozer durante 5 minutos.
    Retira-se a mistura do lume, deixa-se arrefecer um pouco e junta-se uma pequena porção deste preparado morno às gemas. Misturam-se os dois elementos e leva-se tudo novamente ao lume para cozer as gemas e engrossar, até os ovos-moles terem a espessura desejada.
    Servem para rechear moldes de hóstia ou encher barricas de madeira.

    * Antigamente, por uma questão de poupança, juntava-se aos ovos-moles arroz cozido ou farinha de arroz. Essa prática é ainda hoje frequente, embora negada por todos os fabricantes de ovos-moles de Aveiro. Há também quem utilize a água de cozer o arroz sem ser lavado.
    Jorge Soares,
    Ílhavo

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  9. Oh Jorge, o que você me arranjou! Como posso agora não tentar fazer os ovos moles? Mas meu cerebro ficou na parte em que escreve:« encher barricas de madeira». como encher barricas de madeira???

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  10. Palha de Abrantes, Tigeladas, Broas, Travesseiro de Coina, o Doce de Palmela, o Folar de Mel de Coina, Siricaia, Ovos-Moles de Aveiro, Pastéis de Tentúgal, Castanhas de Ovos,Farinheiras Doces, Pedras Parideiras, Barriga de Freira, Cornucópias de Alcobaça, Pão-de-ló de Ovar, tudo isto é bom. Mas nada que me faça esquecer a marmelada.

    João Eduardo Simões

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  11. Ao João Eduardo Simões,
    Eu também gosto muito de marmelada.E sobretudo de marmelada com queijo da serra e pão-de-ló.Mas acho que a marmelada não pode ser considerado um doce conventual e portanto tem de ficar fora da petição para património da humanidade embora marmelada toda a gente goste.Não sei é o que é folar de mel de coina ou pedras parideiras.O João pode indicar onde posso provar essas iguarias?

    Jorge Soares,
    Ílhavo

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  12. Ao Jorge,
    Doçaria conventual era doçaria feita nos conventos.Padres e freiras sempre ouvi dizer que faziam marmelada.Portanto entendo que a marmelada deve fazer parte dos doces conventuais.
    Quanto a folar de mel de coina pode comprar em Covas de Coina que é uma freguesia de Coina (Barreiro).Na doçaria tradicional do concelho também existem algumas referências, tais como os "Matateus" (confeccionados em cacau, mel e canela), os "Bolo de coco" (coco e calda de açúcar), as "Argolinhas Fritas", "Bolo Família", "Travesseiros de Coina" e o "Folar de Coina" (Mel e Chocolate).
    As pedras parideiras é um doce da zona de Arouca.
    O Jorge deve ser muito guloso ,como eu.E, como eu, também gosta de marmelada.Tem bom gosto.
    João Eduardo Soares

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    1. Boa noite,

      E a receita dos matateus? ai esta uma coisa que eu gostava de conhecer, exitem muitas referência, ma nem fotos nem receitas....

      Luisa Esteves

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  13. A polémica em torno de saber se marmelada é ou não um doce conventual não faz sentido.A marmelada é um puré de marmelo cozido com açúcar em partes iguais com o objetivo de o conservar.
    É uma especialidade da doçaria regional portuguesa, sendo a mais famosa a de Odivelas (próximo de Lisboa) fabricada no antigo mosteiro pelas monjas. Pode ser branca ou vermelha.E pode-se fazer a marmelada a qualquer hora do dia ou da noite.E é um doce genuinamente português.Em inglês, italiano e vários outros idiomas o doce indicado como "marmelade" ou palavras similares difere de marmelada, pois faz-se de laranjas, limões ou outras frutas, sendo mais apropriado traduzir-se a marmelada por "Quince cheese", geleia feita do marmelo.Só os potuguese e as portuguesa sabem fazer marmelada.Por sso pode ser incluída na petição como património da humanidade.
    Joana Afonso

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  14. Fazer marmelada, é como fazer bacalhau com natas... Cada um com a sua receita e o seu truque...
    Quanto à versão da varinha/passe vite... Antes de existirem varinhas mágicas as pessoas utilizavam o passe vite.
    Actualmente, e com a varinha mágica é mais prático do que com o passe vite!
    Isto é o que diz a minha avó, que ainda é do tempo de fazer maremlada com o passe vite!
    Mas nisto de culinária, cada cabeça sua sentença.
    Há quem tire a casca, há quem não tire, há quem use açúcar amarelo, há quem use branco, enfim...
    Mas esta receita é aquela que eu sempre vi fazer em minha casa!

    Colher-de-pau

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  15. Nesta coisa de marmeladas não me meto.Lembro-me que fazia marmelada com a minha vizinha Lurdes. E era bem docinha.

    Kuca

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  16. Compreendo esta discussão sobre a marmelada.A principio até julguei que estavam a pensar na outra mrmelada.Mas depois verifiquei que é mesmo de doces que estão falando.Eu cá gosto é de marmelada no interior dos scones.Sou uma sconodependente.

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  17. Já houve a doença das vacas, dos frangos e dos porcos. E a gripe que nos obrigava a andar a lavar as mãos por tudo e por nada. Tudo coisa importadas. Como essa dos homens casarem com outros homens e as mulheres com mulheres. Já não lhes chegava andarem a fazer poucas-vergonhas uns com os outros Mas isso era lá com eles. Agora querem ter filhos .E mais uns anos querem quotas para os maricas. E prioridade nas filas para as finanças. Só espero que estas modernices não cheguem aos doces e os não proíbem porque descobriram que faz mal á saúde Bom que faz mal a gente sabe. Mas sabem bem. Até a baba de camelo que tem um nome horrível!!!

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  18. Para quem não tem muito tempo nem paciência nem quer estragar os dedos a fazer marmelada aqui vai a minha receita:
    1Kg de marmelos aos pedaços com casca,2 maçãs reinetas,800gr de açúcar branco.põe-se na panela de pressão e quando levanta fervura fica 25 min no lume mínimo.
    Se prefere marmelada clarinha:
    Coze os marmelos inteiros com água só a cobrir 20 min na panela de pressão.Depoi é fácil descascar e ainda pode aproveitar as cascas e sementes para geleia.As quantidades são as mesmas,pode juntar ou não maçã cozida.

    Luisa

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  19. A única pessoa que aprecia marmelada é a Kuka

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  20. Se mexerem no bico dos marmelos antes de começarem a fazer a marmelada eles ficam mais duros e a marmelada dura mais tempo...

    Amigo da Lurdes que era amiga da Kuca

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  21. Obrigado João Eduardo pelas informações.
    O assunto era sério mas está a descambar para a malandrice.

    Jorge Soares
    Ílhavo

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  22. eu cá fiz marmelada no microndas.
    ficou deliciosa.
    lava-se 1kg marmelos,partem-se aos pedacinhos bem pequenos
    junta-se 650g de açúcar amarelo
    vai ao micro na potência máxima durante 20 minutos.
    verifica-se, se tiver pouco liquido passa-se na varinha e mete-se em tigelas.
    se ainda houver muito vai de novo ao micro até ficar com pouco.

    Maria da Conceição

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  23. Disponha sempre Jorge.Não o conheço nem à autora do blogue,que desapareceu,mas creio que temos gostos semelhantes.Somos gulosos.Os comentarios desviaram-se um pouco da doçaria mas é uma forma divertida de participar.E alguns comentários são até bem dispostos.Um dia ainda havemos de constituir a confraria da marmelada(sem segundas leituras)
    Abraço.
    João Eduardo

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