- Sozinho?
E ele responde:
- Sim, venho de meter o Euro milhões. Tu jogas?
- Não, não jogo.
- Ó rapariga, mas devias.
E eu respondo:
- Não jogo para sorte sua, porque se jogasse e me saísse eu deixava logo o meu posto de trabalho.
E ele, olha para mim, olhos nos olhos e muito sério pergunta:
- Mas porquê? A mim se me saísse continuava a fazer o que faço.
Claro que poderia explicar-lhe que o meu trabalho não é tão estimulante como o dele, que nele ninguém manda e que em mim manda muita gente, que ele chega e tem café grátis e eu tenho de comprar o meu, e tem água e eu venho carregada com litros de agua, e basta-lhe sussurrar que necessita de um chocolate e logo caiem caixas a seus pés, que quando eu acho que tenho uma boa ideia e ele a deita por terra eu não lhe faço o mesmo quando acho ele tem uma ideia em que eu não acredito e etc, etc, etc, mas pensando no livro que ando a ler e que já vos falei nele apenas disse:
- Pensando bem, se calhar não deixava o meu trabalho, até porque gosto do que faço (aqui ele sorriu para mim e depois de uma pausa continuei), mas com tanto dinheiro comprava a minha ascensão e começava a mandar nisto tudo.
Parece-me que nunca vou sair da cepa torta.
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