Tenho uma amiga que se queixava amiúde que, sempre que uma
discussão com o então marido azedava ele, independentemente do assunto que os
divergia, arrematava: isto assim não vai durar muito tempo! Ou seja, a ameaça
de a deixar quando ela não concordava com ele, saia da boca dele com uma
facilidade que a assustava. Ela, que o amava perdidamente, chegada a essa ameaça,
calava-se e ele levava a melhor. Sentia, sempre, que a relação estava presa por
um fio muito ténue. Vivia com receio de ele sair porta fora. Até ao dia em que
ele voltou a dizer-lhe que assim aquilo iria acabar enquanto o diabo esfrega um
olho e ela, certamente com o diabo no corpo, abriu-lhe a porta e meteu-o lá
fora a arejar a mona. Acabou o casamento com ele a suplicar-lhe para voltar e
ela fartinha daquele choramingas. E esta história veio-me à memória por causa
do choramingas e do sempre-ameaçador Alberto João Jardim. Agora vem com aquela
ideia fantástica de um referendo na Madeira. Primeiro alguém devia dizer ao
senhor que a Madeira a ser um dia declarada independente, não seria com um
referendo aos Madeirenses. E a ser com um referendo, se calhar, o senhor esquece-se
que seria a Portugal inteirinho. Depois, esquece-se que o resultado desse
referendo poderia deixá-lo estupefacto de tristeza. Mas essa história de estar
sempre com ameaças, a fazer que faz, a fazer beicinho, para além de parecer um
xoninhas, um tipo malcasado e infeliz, faz-me desejar que um dia, alguém com
tomates e que mande nesta merda toda, o ponha a jeito: ah quer um referendo?
Então vamos a isso. Ah quer ser independente? Muito bem, tentem lá ser
independentes por meio ano a ver se consegue governar melhor do que o fez nos últimos
anos… alguém que não ceda às chantagens psicológicas do senhor que mais parece
um menino mimado a ameaçar que não dá o chupa se não o deixarem ir brincar. E
chega-se a uma idade que era importante que estes meninos mimados crescessem.
Era bom… acima de tudo era bom para os madeirenses.
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