Tinha uns 16 anos e usava o
cabelo muito comprido quando me chateei com o meu pai e resolvi, porque ele
adorava o meu cabelo, cortá-lo bem pequeno. Foi um corte à rapaz, como se dizia na altura, que deixou o meu pai em choque
por uns tempos. Nunca mais cortei o cabelo tão pequeno, embora tenha sido a
altura que tive mais pretendentes (dois). Creio que, por isso mesmo, me deveria
ficar relativamente bem. Depois variei entre ponta a cima, ponta a baixo, um
pouco pelos ombros e quase perto da cintura, nada de grandes loucuras até hoje
à hora de almoço. O problema foi ir a um cabeleireiro gay. As mulheres levam
sempre muito a sério os gays porque sabem que são homens que não as querem
comer. É simples, fica logo um ambiente descontraído, de mútua confiança e a
malta vai e deixa meter a tesoura nas nossas melenas. Eu pelo menos deixei e
desde os meus 16 anos que não tinha o cabelo tão curto. E é uma sensação
estranha, porque não me lembro de ver esta pessoa ao espelho. Tenho de me
namorar. Tenho, agora, de me olhar muito para me rever quando me vejo. O cabelo
assume uma grande importância no rosto e até na atitude de alguém. E hoje eu
sou outra, uma outra que precisa de se ambientar. Estou estranha. Mas gosto, no
geral e no particular, gosto. Como dizia um amigo meu: estás menos selvagem.
Talvez esteja. E talvez esteja por dentro, logo preciso de estar também por
fora. Coerência é preciso.
Ohhh... Hoje olhei para ti e... "não te vi". Que tristeza :(
ResponderEliminarViste, sim, viste o que é importante:)
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